Reunião na próxima semana vai oficializar final no Horto; último encontro definiu 10% para atleticanos - Foto: SUPERESPORTESA Federação Mineira de Futebol (FMF) confirmou, em entrevista ao Superesportes. que não irá fazer alteração no mando de campo indicado pelo Atlético para a final do Campeonato Mineiro mesmo que haja impossibilidade da presença da torcida visitante – a Polícia Militar só liberou a  torcedores do time mandante no Independência (clique aqui e entenda). Segundo o Regulamento Específico da Competição, a decisão de onde serão realizados os jogos da semifinal e da final pertence à FMF. Nos bastidores, a diretoria da Raposa tenta viabilizar os cruzeirenses na finalíssima. O clube vai se reunir com o Ministério Público Estadual nesta quinta-feira.

Após a partida do Atlético contra o Libertad (2 a 0), pela Copa Libertadores, o presidente Daniel Nepomuceno adiantou que a decisão ocorrerá no estádio do Horto. “Vai ser aqui no Independência, com torcida única”, disse Nepomuceno.  

Para Louis Dolabela, ex-auditor do Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais (TJD/MG) e especialista em direito desportivo, essa polêmica poderia ser evitada pela FMF.

"O artigo 27 do regulamento do Campeonato Mineiro preceitua que o mando de campo da final é da Federação Mineira de Futebol. Cabe à FMF se impor, e diante da limitação imposta pela PM para jogos no Independência, marcar os jogos finais para o Mineirão e fazendo assim cumprir o seu próprio regulamento", disse ao site Uol. "A FMF não pode lavar as mãos e deixar a decisão por conta dos clubes já que o regulamento é claro. Cabe a ela decidir os locais da partida”, acrescentou Dolabela.

O artigo 27 do REC diz que “nas semifinais e final, o mando dos jogos pertencerá à FMF, que, após consultar as partes interessadas, decidirá os locais das partidas dentre todos os estádios aptos no Estado de Minas Gerais, sem que se caracterize inversão de mando de campo”.

Em contato com a reportagem, o diretor de competições da FMF, Paulo Bracks, disse respeitar a opinião de Dolabela, porém, faz outra leitura do regulamento.

“Respeito a opinião dele, mas penso de forma diferente. A Federação tem o mando da semifinal e da final, mas só confirma o local do jogo após ouvir as partes interessadas. Vamos ouvir o clube que em tese seria o mandante (neste caso o Atlético) e a TV detentora dos direitos”, afirmou Bracks.

O dirigente descartou interferir na escolha alvinegra, mesmo que isso prejudique a torcida do Cruzeiro. “A Federação não vai determinar um outro local se o 'clube mandante' tem o direito de indicar. Se a indicação for um estádio apto e que atenda aos interesses também da TV, não haverá mudança”, observou.

“Acho válida esta tentativa do Cruzeiro de buscar viabilizar duas torcidas no jogo da volta. A Federação vai acatar as determinações que vierem das instituições responsáveis pela segurança, seja uma decisão restringindo ou liberando”, acrescentou Bracks.