
A situação já repercute nos bastidores das equipes que disputam o campeonato. Afinal, há prejuízo esportivo para a URT. Apesar dos questionamentos, a Federação Mineira de Futebol (FMF) se utiliza do regulamento do Estadual para defender a "inversão de mando".
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As regras do Campeonato Mineiro definem que um estádio precisa ter capacidade de público de, no mínimo, 10 mil torcedores para receber uma semifinal. Por isso, o Zama Maciel - casa da URT - não poderia ser sede da partida contra o Atlético. Por conta do regulamento, a equipe de Patos de Minas começou a cogitar outras possibilidades.
Laudos
A primeira hipótese cogitada foi, assim como em 2016, realizar o jogo no Bernardo Rubinger de Queiroz. O estádio do Mamoré, entretanto, apresenta restrições. Os laudos de prevenção e combate a incêndio e de condições sanitárias e de higiene venceram em 7 de abril - exatos três dias antes da decisão da Federação Mineira de Futebol (FMF) sobre os locais das partidas do mata-mata.
A última partida realizada no estádio foi no dia 1º de abril. Na ocasião, o Mamoré derrotou o Araxá por 4 a 2 e se livrou do rebaixamento no Módulo II do Estadual.
Gramado

Caixa
Em seguida, a URT definiu: o jogo será mandado no Mineirão. A torcida, naturalmente, será favorável ao rival - e o prejuízo esportivo é evidente. Entretanto, há um ponto positivo para a diretoria do clube: dinheiro.
A expectativa de público para a partida é boa, especialmente por ser às 11h de domingo - horário que tem se estabelecido como sucesso de bilheteria. O presidente da URT, Roberto Túlio Miranda, explicou que, por conta do jogo, o clube receberá valor fixo de uma empresa, além de uma parte da renda.
Atlético se beneficia de algo que combateu no Brasileiro
Com a realização do primeiro jogo no Mineirão, mesmo com mando da URT, o Atlético se beneficia de expediente que combateu com veemência no Brasileirão. Em fevereiro, na reunião do Conselho Técnico da CBF, o Atlético sugeriu a proibição da "venda e inversão de mandos" nas Séries A e B do Brasileiro. A sugestão acabou aprovada a partir da edição deste ano.
Na ocasião, ao ser ouvido sobre a mudança no regulamento, o presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, alegou que o grande problema é que alguns clubes passaram a se beneficiar tecnicamente com a venda de mandos em fases decisivas do Brasileiro. Por isso, a maioria votou a favor da proibição.
“A ideia de levar o time para jogar em outras praças é linda, mas o que aconteceu na prática foi que clubes que não tinham mais o que disputar venderam o mando por questão financeira e inverteram o mando. Isso é contra qualquer fair play. Empresários apareceram para comprar os mandos. Santa Cruz e América venderam o mando não com a intenção de levar público. Acaba gerando inversão de mando. Isso que somos contra”, argumentou Daniel Nepomuceno ao lembrar, por exemplo, dos jogos entre América e Palmeiras, em Londrina-PR, em 9 de outubro, e Santa Cruz e Corinthians, em Cuiabá-MT, em 12 de outubro, já na reta final do Campeonato Brasileiro do ano passado. Nas duas ocasiões, os visitantes tiveram mais torcedores.