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América envia notificação a nove órgãos denunciando LuArenas por 'obra irregular' no IndependênciaDirigente do América processa diretor da LuArenas após início de obras no HortoAmérica aciona Justiça para paralisar 'obra clandestina' no Estádio IndependênciaNovas fotos da arquibancada móvel no Independência (06/04)Lembra do Independência em 1999, com arquibancadas móveis?Instalação de arquibancada móvel avança no IndependênciaAlvará de funcionamento do estádio Independência vence nesta terça-feira PBH rebate denúncia de licença vencida e diz que Independência pode receber eventosAmérica consegue, na Justiça, proibição da venda de ingressos para as arquibancadas móveis do IndependênciaAinda de acordo com a PBH, nenhuma reunião foi realizada para discutir o tema, mas o estádio opera legalmente. O Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) recebeu 60 dias de prazo, após o vencimento do documento, para avaliar o caso.
Administrador do Independência, Helber Gurgel disse “não saber” sobre a situação da licença de operação. Procurado pela reportagem minutos depois, o diretor executivo da concessionária LuArenas, Bruno Balsimelli, afirmou que o estádio opera legalmente.
“Já está funcionando com a licença correta. Não tem nada incompleta. Somos uma empresa séria”, disse. “Se você quiser, vá até o Independência e pegue o documento com o Gurgel”, completou.
Alertado pela reportagem que Gurgel desconhecia a situação, Balsimelli pediu alguns minutos para se inteirar do caso. Em novo contato, o diretor executivo afirmou que não gostaria de gravar entrevista e se limitou a dizer: “Está tudo em ordem com a documentação”.
Na quarta-feira, Balsimelli prometeu conceder entrevista coletiva em Belo Horizonte para se pronunciar a respeito da licença de operação e da ampliação do estádio, que vem sendo contestada pelo governo de Minas Gerais e pelo América.
O clube é o proprietário do estádio e, por meio de um dos seus presidentes, Marco Antônio Batista, deixou claro que os procedimentos relativos à licença de operação não devem ser tomados pelo América.
O documento
O primeiro certificado de licença ambiental detalhava prerrogativas para o funcionamento do estádio. Entre elas, estão contrapartidas que deveriam ser dadas pela administração do Independência aos moradores de bairros próximos.
A principal condicionante diz da construção de um espaço de convivência para a comunidade sobre a área de vestiários do estádio. No local, seriam realizados cursos, projetos e até ensaios musicais. O prazo para a execução da obra expirou em 2014 e foi estendido até 2016.
Já a nota número 4 do documento diz: “A construção do prédio de apoio tem por objetivo agregar benfeitorias ao Estádio reforçando a natureza de entretenimento, serviço e uso para a população do entorno, de forma a atrair a mesma para um convívio cotidiano e saudável além de oferecer serviços relevantes ao cidadão, não somente em dias de jogos”.
A LuArenas não construiu o espaço, mas alugou uma sala na avenida Petrolina, no bairro Sagrada Família, para atender às demandas até que a obra saísse do papel - o que ainda não ocorreu.
“A saleta não se presta à utilização de forma adequada pela comunidade. Foi tapa-buraco. Está totalmente abandonada. A chave fica em posse da arena”, diz Adelmo Marques, 64, diretor de relações institucionais da AAMEIA.
A associação também reclama da dissolução, pelo governo estadual, da Comissão Facilitadora da Participação da Sociedade Civil, que representava a comunidade local na relação com o Independência.
A CFPSC, sigla pela qual é conhecida, reúne líderes de quatro associações: Associação dos Amigos do Estádio Independência (AAMEIA), Associação dos Moradores e Empresários do Bairro Sagrada Família (AME-SF), Associação Comunitária Edgard Werneck do Bairro Horto (ACEWBH) e Associação Comunitária dos Amigos do Sagrada Família (ACOBASF).
Adelmo Marques defende que a licença de operação do Independência só poderia ser renovada após reunião com integrantes da CFPSC e de órgãos municipais e estaduais, como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, BHTrans, Ministério Público Estadual, além de secretarias governamentais. Nos últimos seis meses, período em que, de acordo com a PBH, o processo de renovação começou, nenhuma reunião ocorreu. A reportagem não conseguiu posicionamento do MP.
Especialistas ouvidos pelo Superesportes confirmaram que o processo de licenciamento é longo e depende de audiências públicas. Todos os atos são publicados no Diário Oficial do Município (DOM). Logo, não haveria como se renovar a licença de operação por "imposição", por exemplo, da PBH.
Renovação
A LuArenas tinha o prazo de até 120 dias antes do vencimento da licença para solicitar a renovação. De acordo com a administradora, o documento já está em dia. A prefeitura de BH, entretanto, alega que a Comam ainda avaliará a situação do estádio no prazo de até 60 dias.
Enquanto isso, o estádio continua funcionando normalmente. Se a acusação da AAMEIA proceder e realmente não houver renovação, o Independência recebeu ilegalmente três eventos: os jogos América x Tricordiano e Atlético x URT, pelo Campeonato Mineiro de futebol, e a partida entre Cruzeiro e Juiz de Fora Imperadores, pela Copa Minas de Futebol Americano. O local também será palco de América x Villa Nova, neste domingo.