Um Mineirão dividido por duas paixões, como não se via desde a reinauguração do estádio, em 2013. Foram quatro anos de espera, mas, enfim, as diretorias se entenderam nos bastidores da Primeira Liga, e o clássico voltou a ter torcidas meio a meio. Os torcedores fizeram a festa nas arquibancadas. Era azul e branco de um lado, preto e branco do outro. Eram Cruzeiro e Atlético escrevendo mais um capítulo da rivalidade.
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Dentro do estádio, cada torcida deu seu tom. "Zêeeroooo", gritavam os cruzeirenses. "Gaaaloooo", rebatiam os atleticanos. Claro que não faltaram as provocações. O pano de fundo para mais um clássico não poderia ser melhor. O Mineirão não lotou como antigamente - foram 41.530 presentes -, mas voltou a viver a verdadeira atmosfera de um clássico.
A cada dividida, a cada troca de passe, a cada aproximação da área, as torcidas viviam um misto de expectativa e apreensão. Um cenário, então, melhor para o Cruzeiro, mais bem organizado em campo, com mais posse de bola, com presença de ataque.
Os celestes chegaram duas vezes, ensaiaram o gol. Concretizaram a felicidade da torcida aos 27 minutos, depois que o zagueiro Felipe Santana cortou mal o lançamento e deixou Arrascaeta cara a cara com Giovanni. O uruguaio passou pelo goleiro e rolou para as redes. Explosão azul. Silêncio alvinegro.
Rapidamente, a torcida do Galo reagiu, fez a parte dela, tentou empurrar o time, que não deu a resposta. Já os torcedores do Cruzeiro seguiram no embalo da melhor equipe em campo.
Intervalo e hora de recarregar as energias. Jogadores nos vestiários, torcedores nos bares. Mas nada mudou em campo na etapa final. A produção ofensiva era toda do Cruzeiro. Uma, duas, três vezes - duas delas evitadas com grandes intervenções de Giovanni. Empolgação e lamento de um lado, sufoco e alívio do outro.
Com dificuldades, o Galo esboçou reação. Mais uma vez, os atleticanos não economizaram no grito para empurrar a equipe. Ao mesmo tempo, os cruzeirenses respondiam. Uma nova falha do zagueiro Felipe Santana esfriou a animação alvinegra. Em campo, o clássico esquentou com as expulsões dos cruzeirenses Robinho e Mano Menezes. Os atleticanos Ralph, Fábio Santos e Gabriel levaram amarelo por faltas duras.
O tempo passava. O Galo errou o último ataque. O Cruzeiro tentou o último contra-ataque. A torcida do Cruzeiro fez a festa completa. A temporada 2017 começou com o tabu mantido - desde 2015, o time celeste não perde para o arquirrival. Na volta do Mineirão dividido, foram os cruzeirenses que comemoraram no final. Enquanto o lado azul cantava alto, o alvinegro deixava o estádio em silêncio.
Mineirão dividido com torcidas de Cruzeiro e Atlético