Foi sepultado na manhã deste sábado, no Cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte, o corpo do ex-técnico Carlos Alberto Silva, que faleceu na sexta-feira, aos 77 anos. Familiares receberam apoio de amigos e de personalidades do esporte, como Procópio Cardoso, Wilson Piazza, João Leite e Amoroso.
Durante as últimas homenagens, o caixão de Carlos Alberto Silva foi coberto com bandeiras de alguns dos clubes em que trabalhou: Cruzeiro, Atlético, América e Guarani de Campinas, além do Nacional do Carmo, clube amador de Belo Horizonte.
”O Carlos Alberto era um paizão, meu segundo pai, aprendi muito com ele, tivemos momentos fantásticos juntos e poder vir aqui, prestar essa última homenagem a ele, pela gratidão, por tudo que ele me proporcionou, poder conquistar essa amizade dele e também da família, e isso pra mim não tem preço”, disse Amoroso, que deixou Campinas, no interior paulista, para dar força à família do treinador.
O ex-atacante lembrou a grande passagem que teve com Carlos Alberto Silva no Guarani de Campinas em 1994. “Cheguei no Guarani em 1994, no Brasileiro, vindo das categorias de base, e o Carlos Alberto me deu oportunidade de tão jovem disputar um Brasileiro naquele ano. Com Luizão, formei a dupla que até hoje é conhecida em Campinas por ser uma dupla revelada nas categorias de base e fizemos um campeonato fantástico. Fui o artilheiro da competição, o melhor jogador, e recebi todos os prêmios daquele ano de 1994 graças ao esquema tático do Carlos Alberto, que brindava jovens atletas”, lembrou.
Quem também lamentou muito a morte de Carlos Alberto Silva foi o ex-zagueiro e ex-treinador, Procópio Cardoso. “Grande amigo, grande colega. Principalmente nos últimos tempos, a gente passou a visitá-lo às quartas-feiras, um grupo de amigos, e fui surpreendido porque nas últimas vezes em que estivemos lá, nas últimas quartas-feiras, a cada quarta ele melhorava. Então, quando veio a notícia, fiquei chocado, porque achei que ele estava melhorando muito, e só Deus sabe a hora e o momento certo”, disse Procópio, que ainda destacou as qualidades do amigo como treinador. “Para ser líder, técnico, é preciso ter discernimento, fazer justiça, e ele era um homem equilibrado, fazia tudo isso com muito jeito, com muito amor, e é lamentável que tenhamos perdido o Carlos Alberto”.
Carlos Alberto Silva passou por uma cirurgia no começo de dezembro para colocação de uma válvula no coração e já havia sofrido aneurisma no abdômen. Nesta quinta-feira, ele teria ido dormir normalmente e morrido durante o sono.
Natural de Bom Jardim de Minas, no Sul do estado, ele comandava uma agência de turismo em Belo Horizonte. Carlos Alberto Silva ganhou destaque no futebol nacional ao comandar o Guarani de Campinas, em 1978, quando conquistou o Campeonato Brasileiro sobre o Palmeiras. Depois disso, trabalhou em alguns dos principais clubes do Brasil, como Atlético, Cruzeiro, América, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Santa Cruz e Sport.
O treinador mineiro chegou ao comando da Seleção Brasileira em 1987, quando conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos daquele ano, em Indianápolis, nos Estados Unidos. No ano seguinte, o Brasil ganhou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Seul, também sob sua gestão.
Carlos Alberto Silva também se destacou no futebol internacional. Ele foi campeão japonês com o Yomiuri Kawasaki, em 1991, e bicampeão português com o Porto, em 1992 e 1993. No exterior, o mineiro também treinou o Santa Clara-POR e o Deportivo La Coruña-ESP.
Alguns dos outros títulos importantes que venceu foram os Campeonatos Paulistas de 1980 e 1989, com o São Paulo; o Mineiro de 1981, com o Atlético; e o Pernambucano de 1983, com o Santa Cruz.
Carlos Alberto encerrou sua carreira como técnico de futebol em 2004, no América. Na temporada seguinte, ele assumiu o cargo de diretor de futebol do Atlético. O ex-treinador também foi dirigente de outro clube mineiro. Em 2014, Silva foi vice-presidente de futebol do Villa Nova de Nova Lima.