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Em visita ao Independência, deputados se impressionam com a falta de visibilidade

Deputado Antônio Júlio é contra a reabertura do estádio nas condições atuais do anel superior, mas Secretário da Copa confirma reinauguração para o fim de março

postado em 15/02/2012 18:39 / atualizado em 15/02/2012 19:02

Maria Tereza Correia/EM/D.A. Press


“Infelizmente foi um erro grosseiro de engenharia e de arquitetura”, classificou o deputado estadual Antônio Júlio, após analisar as condições precárias de visibilidade no anel superior do Independência. Comissões da Assembléia Legislativa visitaram o estádio nesta quarta-feira para analisar o problema.


Acompanhados pela imprensa, que também pôde conferir o problema de perto pela primeira vez, deputados fizeram críticas duras ao anel superior do estádio. “Quando você senta na cadeira, você não consegue visualizar o campo. A não ser que você fique fazendo ginástica. Levanta, senta, agacha. Mas não tem visibilidade do campo. Qualquer um pode sentar e ver que foi um erro inadmissível. Não sei se foi pela correria que foi feita a obra ou o projeto. Mas foi um erro que precisa ser resolvido”, afirma Antônio Júlio.

No anel superior, outros deputados também ficaram surpresos com as condições apresentadas no local. Em conversas informais entre eles, os comentários eram de preocupação. “Como é que pode fazer uma coisas dessas?”, questionou um. “Para assistir ao jogo direito, só ficando em pé”, disse outro. “Não tem como inaugurar assim”, completou um terceiro.

Thiago de Castro/Superesportes
De fato, o problema é grave. O acesso de deputados e jornalistas estava liberado até a metade dos lances de arquibancada no Independência no anel superior. Nesse ponto, a visibilidade de um espectador sentado não alcançava nenhum dos gols do gramado. E quanto mais alto o torcedor sobe, pior o problema fica, já que, ao desviar o olhar da grade colocada à sua frente, a visão é prejudicada pelos guarda-corpos inferiores, que se sobrepõem.

O deputado Antônio Júlio cogita até mesmo que o Independência não seja inaugurado desta maneira e teme por uma reação violenta dos torcedores que se sentirem prejudicados. “Corremos o risco de inaugurar, com a capacidade máxima e as pessoas não entenderem essa questão da visibilidade, o estádio vai ser quebrado no primeiro dia de jogo aqui. Tem que resolver esse problema. Não há a mínima possibilidade de fazer a abertura do estádio com esse problema que foi visto aqui”, disse.

“A nossa responsabilidade e do Ministério Público é de não deixar inaugurar um estádio tão bonito como ficou o Independência com esses problemas. A segurança que eles falam que o gradil vai dar, acaba na hora que o pessoal chegar aqui e não ver o jogo. Acho que devemos ter uma solução. E vai atrasar a inauguração. Se já atrasou tanto, que atrase mais dois meses. Mas, na minha opinião, o Independência não pode ser inaugurado dessa maneira”, completou o deputado.

Secopa: de março não passa

Por ora, a reabertura do Independência não deverá ser comprometida. O secretário extraordinário da Copa do Mundo, Sérgio Barroso, é quem garante.

Por enquanto, os ingressos do anel superior terão o seu preço reduzido e os torcedores terão de ser informados da falta de visibilidade, conforme acordado com o Ministério Público.

Maria Tereza Correia/EM/D.A. Press

“Vamos inaugurar o estádio como está. Vamos colocar no ingresso dos torcedores da parte superior, que são aproximadamente seis mil, que a visão dele pode estar parcialmente prejudicada. E o ingresso vai ser mais barato. Estão falando em 30% a 40%, mas o valor não está fechado. A partir daí, simultaneamente, o governo está procurando junto a construtora, Ministério Público e Assembléia Legislativa, uma solução ideal a adequada para o estádio em termos de visibilidade”, disse Sérgio Barroso.

Opções estão sendo analisadas para a resolução completa do problema. “Estamos trabalhando várias alternativas e vamos apresentá-las em até 90 dias a partir do mês de março. Por que 90 dias? Porque estamos avaliando a parte técnica, estamos buscando outros estádios em outras partes do mundo... Mas precisamos dizer o seguinte, que segurança é o mais importante aqui. Queremos a família de volta ao estádio. E hoje o estádio é 100% seguro. E vamos resolver o problema da visibilidade”, afirmou Barroso.

Quem paga a conta?

Questionado sobre o aumento do gasto de dinheiro público na obra com a troca das grades, Sérgio Barroso retrucou. “Não é dinheiro jogado fora. Porque aquele que pagar aqui, vai ter essas grades e vai poder transferi-las para outros empreendimentos”, disse.

Segundo o secretário da Secopa, ainda não está definido quem vai arcar com os custos da intervenção que deverá ser feita no anel superior. “Isso vamos ter que discutir também. Se é a concessionária. Vai fazer parte da discussão com a concessionária e a construtora”, explicou.

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