Ao Estado, a torcedora do Grêmio esclarece que tentou acompanhar a partida no setor destinado para a torcida mista, onde adversários acompanham lado a lado a partida. Porém, por não ser sócia, ela ingressou na torcida do Inter, com a camisa do clube do coração guardada na bolsa.
"Eu não quis provocar aquela situação. Foi um ato ingênuo de minha parte. O clima estava tão legal e agradável, que eu só quis comemorar com meu filho. Todo mundo estava se sentido super À vontade. Inclusive, em respeito ao Inter, eu esperei o final de jogo e mais 15 minutos para comemorar em frente À torcida gremista", relembra. Naquela ocasião, Tais festejava com o filho perante a torcida gremista, que estava no anel superior do estádio.
As cenas de agressão estamparam o noticiário esportivo negativamente e geraram traumas ao pequenino torcedor, que deixou o estádio aos prantos. "Lamentavelmente depois disso, meu filho Bernardo não quer mais ir ao Beira-Rio", adverte.
Tais Dias destaca, porém que em função da repercussão do caso, o Grêmio deu novo alento para a família. "A gente aceitou um convite do Grêmio para ir no jogo da Libertadores, amanhã, na Arena. A partir daí a gente vai dar um tempinho. O Grêmio foi o principal e primordial apoiador. O fato aconteceu no final do sábado e no domingo pela manhã, o presidente Romildo Bolzan Jr já estava me ligando oferecendo todo o apoio", ressalta.
Na última terça-feira, mãe e filho foram recebidos pelos atletas do Grêmio, no centro de treinamento co clube em Porto Alegre. Bernardo recebeu vários presentes e camisas do time, além de carinho de jogadores como Everton, Geromel, Maicon, Paulo Victor, Matheus Henrique e Jean Pyerre e do técnico Renato Gaúcho. "Tinha que ver o abraço do Renato no meu filho", sorri Tais. Após o episódio, a comerciante revela ainda que o filho mais velho, de 11 anos, deixou de ser colorado para torcer para o rival.
Sobre a agressão, a mãe gremista pretende logo virar está página. "A consciência dela já mostrou que ela estava errada. Se ela mudar já é grande coisa. Não tenho interesse de ter contato com ela. Cada um segue a sua vida", pontua.
A torcedora responsável pelos principais xingamentos foi suspensa, temporariamente, do quadro social do Inter. Em nota, o clube informou que, além da torcedora, outros dois envolvidos também foram denunciados à Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo. "Ressaltamos, mais uma vez, que o Clube do Povo não compactua com nenhum tipo de violência ou discriminação", diz comunicado.
Além da Polícia Civil, o Ministério Público do Rio Grande do Sul também passou a investigar o caso a partir de vídeos que circularam em redes sociais e reportagens veiculadas na imprensa..