O Grêmio se mostrou inconformado com o resultado do julgamento do caso Marcelo Gallardo. Com o seu pedido de revisão de pontos na partida da semifinal da Libertadores negado pela Conmebol, o presidente da equipe gaúcha, Romildo Bolzan Júnior, fez questão de atacar os resultados da ação divulgados pela entidade que comanda o futebol sul americano na noite do último sábado.
“Uma enorme decepção, para não dizer suspeição. Uma enorme decepção, profunda, porque também essa decisão é tão sem consistência, que nem sequer levanta hipótese de punir o River Plate. A Conmebol se apequenou. Está cedendo e sendo conivente, absolutamente condescendente com os hábitos que foram praticados contra autoridade e dignidade dela própria”, declarou o mandatário em entrevista concedida à Rádio Gaúcha.
Na última terça-feira o Grêmio acabou derrotado para o River Plate por 2 a 1, sendo eliminado da Copa Libertadores. No entanto, o técnico da equipe argentina, Marcelo Gallardo, desrespeitou uma punição que recebeu da Conmebol e manteve contato com seus atletas e comissão técnica durante a partida.
O Grêmio buscou a reversão dos pontos já que o treinador desacatou uma suspensão. No entanto, a Conmebol negou o pedido dos brasileiros e divulgou uma nova punição ao comandante argentino: quatro jogos sem contato com os atletas e uma multa de US$ 50 mil (cerca de R$ 184 mil).
“É uma decisão que desacredita por inteiro o futebol sul-americano. É consumar a falcatrua. Estamos criando a condição da impunidade, da esperteza. E o Tribunal fica de cócoras para isso. Se deixou achincalhar”, declarou o mandatário gremista, que reclamou ainda da longa espera para saber o resultado do julgamento.
“Por que isso demorou praticamente dois dias? Ficaram reunidos por praticamente 40 horas. Porque essa dificuldade de racionar para chegar a uma decisão tão pífia? Não temos noção do que acontece nos porões, nos subterrâneos da Conmebol”, avaliou.
Apesar da derrota do Tricolor Gaúcho no Tribunal, ainda existe a possibilidade do clube pedir um recurso da decisão da Conmebol através Câmara de Apelações da entidade. Mesmo garantindo que seguirá por esse caminho, Bolzan se mostra pessimista quanto a uma reviravolta.
“Vamos pedir exatamente o que pedimos no primeiro grau, mas depois do jogo jogado, o que resta, na prática? Resta uma nova final? Sei lá, teria como consequência talvez isso. Mas o que é mais relevante de tudo isso, independente do recurso, é a desmoralização do futebol, a afronta que foi praticada. Aqueles que julgaram sequer puniram o clube que foi patrocinador de tudo isso. A consequência dos processos internos que estavam sendo revistos, mas é da boca para fora”, completou.
Com a decisão oficializada na noite do último sábado, a decisão entre Boca Juniors e River Plate para esta edição de Copa Libertadores foi confirmada. O primeiro confronto entre as equipes já acontece no próximo sábado, no estádio de La Bombonera.