Marcos Barreira, apelidado de Romário, era jogador do Vila Nova-GO, e a partir de um relato dele, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) deflagrou a primeira fase da Operação Penalidade Máxima.
Romário foi convidado a depor pela CPI sobre seu envolvimento nas ações e negou que teria recebido dinheiro de aliciadores para cometer ações que poderiam fraudar jogos.
Quando perguntado se teria conhecimento de outros jogadores que participariam de esquemas, o volante falou que não sabia de nomes, mas que alguns clubes foram citados.
- De Goiás, não. Mas de outros estados, sim. Jogadores não chegaram a falar nomes, mas falaram dos clubes. Cruzeiro, Avaí, Santos e, na época, Atlético Mineiro. Eles chegaram a falar e me mandar vídeo dos caras - afirmou Romário durante o depoimento.
O envolvimento de Romário
Originalmente, o volante Romário foi o primeiro procurado pelo grupo de apostadores. No entanto, ele não podia atuar porque esteve prestes a se transferir para uma equipe dos Emirados Árabes Unidos e rescindiu com o clube. Quando a transferência não foi realizada, ele voltou para o Vila, mas não podia voltar a atuar com o Colorado.
Sem condições de jogo, Romário procurou Gabriel Domingos e o companheiro aceitou a oferta. Um dos apostadores fez uma transferência de R$ 10 mil para Domingos, que repassou R$ 5 mil a Romário por ter feito o contato com os apostadores.
Durante o depoimento na CPI, Romário afirmou que as circunstâncias foram diferentes das listadas em documentos da Operação Penalidade Máxima.
- Fizeram a proposta para mim, e eu neguei. Meu erro foi ter passado o número do Gabriel Domingos para eles - disse o ex-jogador do Vila.
Segundo os documentos da operação, após Romário ficar sabendo que Domingos não jogaria na última rodada da Série B de 2022, contra o Sport, ele buscou outros atletas para cometer um pênalti, o pedido dos apostadores.
Romário procucou Willian Formiga, Jean Martim e Sousa, mas nenhum dos três aceitou a proposta.
O jogador também disse à CPI que foi ameaçado por um aliciador identificado como Brauno.
- Ele veio me cobrar os R$ 500 mil da aposta. Falei que não teria como pagar algo que não fiz e aí ele começou a me ameaçar. Tem prints, vídeos dele ameaçando minha família - afirmou.
Banido do futebol
Romário foi julgado no Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) no dia 29 de junho e recebeu a punição de banimento do futebol, a mais dura possível para o caso.
Julgado pelos artigos 191, III parágrafo; 242; 243 §§1º e 2º; e 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), Marcos Vinicius Alves Barreira poderia pegar multa de R$ 100 a R$ 100 mil e suspensões que variavam de 180 dias até o banimento do futebol.