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Relator promete 'equilíbrio' para CPI das Apostas não virar 'mesa redonda'

Deputado Felipe Carreras (PSB-PE) comentou os primeiros dias dos trabalhos em Brasília

31/05/2023 13:32 / atualizado em 31/05/2023 14:08
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Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a manipulação de resultados de jogos de futebol
foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a manipulação de resultados de jogos de futebol


 
O deputado Felipe Carreras (PSB-PE), relator da CPI das Apostas, que investiga o escândalo da manipulação de resultados por quadrilhas de apostadores e jogadores no futebol brasileiro, prometeu 'zelo' e 'equilíbrio' durante os trabalhos da Comissão em Brasília. 

Os parlamentares querem afastar qualquer possibilidade dos depoimentos virarem uma mesa redonda de futebol e perderem sua relevância, como aconteceu na CPI do Futebol, em 1998. 

- Eu me lembro muito bem dessa CPI [do Futebol], foi o saudoso ex-governador de Pernambuco e candidato a presidência Eduardo Campos [já falecido] que fez essa pergunta a Ronaldo. Vamos ter muito cuidado, zelo, equilíbrio, sem chamar jogador que não tem nenhum tipo de indício. Por exemplo, um colega parlamentar queria ouvir o Gabriel Menino, do Palmeiras. Mas a gente não permitiu, porque não tem nenhum tipo de indício. Não vamos nos basear por boatos. Não vamos chamar qualquer empresa de bet - disse, em entrevista concedida à CNN. 

Carreras afirma que os deputados vão dar atenção especial as séries C e D do futebol nacional, dadas as condições mais precárias e salários baixos praticadas nas divisões. 

- Tem muito mais jogadores envolvidos, mas vamos procurar com equilíbrio. Vamos entrar nas séries C e D, existe um indício muito maior de manipulação, os salários são muito menores e o poder de sedução dos criminosos, maior - informou. 

- Não queremos apenas pegar atletas da Série A, porque tem mais visibilidade, a gente vai a fundo por que é muito grande o indício de manipulação nas séries C e D. Fui relator da atualização da Lei Geral do Esporte e presidente da Comissão do Esporte, e já ouvi esses relatos. A gente tem parlamentares com relação forte com clubes. Temos o Paulinho Freire, que presidiu o América-RN, o deputado Zé Rocha, que presidiu o Vitória, o Eduardo Bandeira de Mello, que presidiu o Flamengo, ou seja, colegas parlamentares que tem intimidade com futebol. [A manipulação] Já vem acontecendo há muito tempo, o MP colocou luz e agora a gente vai puxar o fio. Infelizmente vamos achar mais coisas para punir e o futebol brasileiro voltar a ter credibilidade - completou. 

Participação de árbitros no esquema 


Segundo o parlamentar, não há por enquanto nenhum indício nas investigações do Ministério Público de Goiás que apontem para a participação de árbitros no esquema investigado. 

- Não foi apontado, até então, nenhum indício de participação de arbitragem. Mas a gente vai investigar. Vamos convidar o presidente do Sindicato dos Árbitros do Brasil, vamos ter uma investigação com auxílio da Polícia Federal, e vamos investigar todo ambiente que existe dentro do futebol brasileiro, mas até então não temos nenhum indício de participação dos árbitros nessa manipulação de resultados e no crime que está colocando em cheque a credibilidade do nosso futebol. 

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