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Chefe da CBF admite erro de arbitragem na rodada do Brasileirão

Novo programa em vídeo da entidade analisa os lances polêmicos do fim de semana

16/05/2023 15:00
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Reprodução do lance entre Kanu e Gabigol: Comissão de Arbitragem confirmou que árbitro errou no lance
foto: Reprodução/CBF TV

Reprodução do lance entre Kanu e Gabigol: Comissão de Arbitragem confirmou que árbitro errou no lance


 
O presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, Wilson Luiz Seneme, admitiu erro da arbitragem no lance de expulsão de Kanu, do Bahia, no jogo contra o Flamengo, no último sábado, pela 6ª rodada do Brasileirão. 

- (...) Na nossa análise em detalhes, esse braço não tem força para lesionar o adversário. Ele toca no braço. Na nossa visão foi um excesso, um exagero esse segundo amarelo - disse, durante o sexto episódio do 'Papo de Arbitragem', programa recém-lançado pela CBF TV para analisar os lances polêmicos do Brasileirão.

Mostrando as imagens do VAR, Seneme afirmou que quem chamou atenção do juiz Paulo Cesar Zanovelli da Silva (FIFA)para um eventual motivo de expulsão foi o quarto árbitro, Emerson Ricardo de Almeida Andrade. 

- No áudio, quem comenta 'o braço vai na cara, ele já tem cartão amarelo' é o quarto árbitro. No começo do áudio, o arbitro fala 'nada, nada, nada'. E aí o quarto arbitro, para tentar ajudar, lança uma informação para o árbitro. E vai dizer 'ah, o quarto arbitro é o culpado'? Não, porque a decisão final é do árbitro, ele é responsável por filtrar informações que recebe - esclarece. 

O chefe da arbitragem no Brasil diz que o ideal seria Kanu evitar o lance já que tinha recebido o cartão amarelo há poucos minutos, mas reitera que o fato não justifica o erro. 

- Anteriormente a ela [a jogada], havia ocorrido uma expulsão por segundo cartão amarelo que foi absolutamente correta. E quando a gente fala dos jogadores, do cuidado que eles têm que ter, uma coisa não justifica a outra, tá certo, mas esse jogador que na segunda expulsão recebeu o segundo amarelo foi o capitão da equipe que recebeu o primeiro amarelo por reclamar acintosamente da expulsão correta. Mas não justifica - disse.

- Nós vemos que o jogador defensor do Bahia [Kanu] joga o braço, e não se deve jogar o braço dessa maneira. Ele não tem necessidade de jogar o braço, é um risco que assume também: já tenho cartão amarelo, jogo esse braço contra o adversário, eu estou assumindo um risco. 
 

O juiz de Bahia x Flamengo errou? 


Para Seneme, o procedimento correto teria que ser a marcação de simulação de Gabigol, do Flamengo, advertindo o atacante com um cartão amarelo. 

- Quando Gabigol põe a mão na cara, é uma simulação. Nós estamos pedindo para que os árbitros não caiam nessa simulação. Na rodada passada tivemos 1 ou 2 ações assim onde os árbitros erraram em função da reação do jogador. E nós estamos trabalhando o árbitro para que ele não erre dessa maneira, para que ele tenha elementos claros e fortes o suficiente para expulsar um jogador. Uma expulsão mexe muito com o jogo. Eu não posso 'ah porque o quarto arbitro me falou'. Se eu não tenho certeza, não ajo da maneira mais rigorosa que posso agir - afirma. 

- Por isso na nossa visão é uma jogada que apesar do jogador jogar o braço, não atinge o rosto e é desproporcional a queda. Se fosse melhor analisada, seria uma simulação para cartão amarelo para o jogador que põe a mão na cara e cai desse jeito. Essa é a realidade dos fatos.

Vale lembrar que o VAR não pode chamar o árbitro para análise de uma expulsão pelo segundo cartão amarelo. Segundo Seneme, a questão está em debate na FIFA, mas a análise ainda cabe ao árbitro, em campo, sem a possibilidade de intervenção. 

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