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Como botafoguense Beth Carvalho virou 'madrinha' do Atlético-MG

Música imortalizada na voz da cantora virou segundo hino do Galo e a fez ser adotada pela torcida

05/05/2023 06:00 / atualizado em 05/05/2023 01:08
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Beth Carvalho vestiu a camisa do Atlético-MG e cantou no Mineirão lotado
foto: Divulgação/Atlético-MG

Beth Carvalho vestiu a camisa do Atlético-MG e cantou no Mineirão lotado

   

 A cantora Beth Carvalho, ícone do samba brasileiro, faria 77 anos neste dia 5 de maio. Ela morreu em 30 de abril de 2017, mas sua voz ficou marcada na música nacional e, também, nas arquibancadas de futebol. A canção 'Vou Festejar', composta por Jorge Aragão, Neoci Dias e Dida, gravada pela cantora em 1978, virou o 'segundo hino' do Atlético-MG e transformou a botafoguense em madrinha do Galo.

 

A torcida atleticana tinha costume de cantar sambas e marchinhas nas arquibancadas do Mineirão. Os versos da canção na voz de Beth Carvalho pareciam perfeitos para provocar os adversários e, no mesmo ano de lançamento do disco, começaram a ser entoados pela Massa.

 

- Chora, não vou ligar, não vou ligar. Chegou a hora, vais me pagar. Pode chorar, pode chorar. É o teu castigo. Brigou comigo sem ter porquê. Eu vou festejar, vou festejar o teu sofrer. Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão - diz a música.

 

O Atlético-MG foi campeão estadual naquela temporada. Foi a primeira de uma sequência de seis conquistas do Campeonato Mineiro. A canção 'Vou Festejar' marcou o período e, desde então, virou xodó da torcida do Galo, que canta até os dias atuais. Em 2020, quando o Cruzeiro se preparava para disputar a Série B pela primeira vez, os atleticanos fizeram um mosaico gigante nas arquibancadas do Mineirão com a frase "vou festejar o teu sofrer".

Beth Carvalho era botafoguense

Beth Carvalho nunca escondeu que seu time de coração era o Botafogo. A paixão era compartilhada com o pai, a mãe e a irmã, algo de família. A cantora tinha Nilton Santos, Didi e Garrincha como grandes ídolos, e declarou que o jogo mais emocionante que acompanhou foi a final do Brasileirão de 1995.

 

Ela chegou a gravar sambas exaltando o Botafogo, como "Esse é o Botafogo que eu gosto" e "Ninguém cala esse nosso amor", e foi homenageada até com faixas na torcida botafoguense.

 

- Esse é o Botafogo que eu gosto. Tanto tempo esperando esse momento, meu Deus, deixa eu festejar que eu mereço. É tão bonito ver minha gente sorrindo de emoção, o meu Brasil, de ponta a ponta, chorando, vibrando e saudando o Botafogo campeão - trecho de "Esse é o Botafogo que eu gosto".

 

A relação com o alvinegro carioca não impediu que Beth Carvalho fosse adotada pela torcida do Atlético-MG, que a colocou em um patamar de madrinha. Por ser a voz de "Vou Festejar", a cantora foi convidada para cantar na festa de acesso do Galo à Série A em 2006. Ela se apresentou para um Mineirão lotado.

 

No mesmo dia, chegou de helicóptero, vestiu a camisa da equipe e recebeu o 'Galo de Prata', que é a honraria máxima do Atlético-MG, concedida para quem contribui de alguma forma com o engrandecimento do clube. A condecoração selou a relação entre Beth Carvalho e o Galo.

 

- Foi uma coisa muito espontânea da torcida do Atlético. Nunca poderia imaginar, aquilo foi um fenômeno. O Jorge Aragão, autor do samba, é Flamengo. A letra é de vingança... Foi totalmente espontânea essa história. Nunca imaginei que essa música fosse virar hino de campo. Aí é mais gostoso ainda - disse a cantora, em 2011, ao ge.

 

Beth Carvalho também se apresentou, em outra oportunidade, com a bateria da Galoucura, torcida organizada do Atlético-MG, cantando "Vou Festejar" e ouvindo o público gritar "Galo".

 

 


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