A final da Copa Libertadores de 2020 será o ápice de uma rivalidade centenária, mas que se tornou mais intensa somente nos últimos anos. Palmeiras e Santos vão disputar o título no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, no próximo dia 30, e renovar uma tradição de se encontrarem em momentos decisivos. De 2015 para cá, os clubes se enfrentaram em finais de Campeonato Paulista e Copa do Brasil, foram concorrentes diretos em um Campeonato Brasileiro e agora expandem essa rivalidade para o âmbito continental.
"Além de dar a vida, com a dificuldade financeira, promovemos meninos. E indo para uma final de Libertadores. É um sonho realizado. Temos feito coisas muito bonitas e, se Deus quiser, vamos conseguir esse título", disse o técnico Cuca, do Santos, após garantir vaga na decisão. "Quando você treina grandes clubes, você fica mais próximo de ganhar títulos. Quando eu aceitei o desafio de vir ao Palmeiras, sabia que o Palmeiras dava todas as condições de lutar por títulos. Nós estamos em duas finais", comentou o treinador português Abel Ferreira, do Palmeiras.
Se a história recente desse clássico fosse um livro, o prólogo da obra seria o ano de 2014. Em plena temporada do centenário, o Palmeiras escapou do vexame de ser rebaixado no Brasileirão ao contar com a ajuda do Santos. Na última rodada, o time da Vila Belmiro ganhou do Vitória por 1 a 0, em Salvador. O resultado ajudou o time alviverde, que dentro de casa ficou apenas no empate por 1 a 1 com o Athletico-PR.
Os capítulos seguintes da rivalidade começaram a ser escritos em 2015. Santos e Palmeiras se encontraram na final do Paulistão, vencida pelo clube da Vila Belmiro após vitória nos pênaltis dentro de casa. O jogo decisivo foi tenso e teve como um dos momentos mais marcantes o empurrão do atacante palmeirense Dudu no árbitro Guilherme Ceretta de Lima.
A temporada seguiu e os dois rivais tiveram outros episódios de provocações. Pelo Brasileirão, o santista Ricardo Oliveira e o goleiro palmeirense Fernando Prass tiveram desavenças. O atacante comemorou um gol com uma careta irônica, feição que meses depois viraria máscaras e pararia nos rostos de diversos palmeirenses dentro do Allianz Parque.
O ápice dessa tensão foi em dezembro de 2015, na final da Copa do Brasil. Os dois rivais fizeram jogos equilibrados. Dessa vez, o Palmeiras levou a melhor e ganhou nos pênaltis uma decisão contra um time considerado favorito. O título foi o primeiro do clube conquistado dentro do Allianz Parque e ficou marcado pelas provocações ao Santos. Uma das mais famosas envolveu o meia Lucas Lima, então destaque do Santos. A torcida até hoje comenta que naquela final o jogador foi anulado pelo volante Matheus Sales.
Na temporada seguinte, a rivalidade entre os dois não teve refresco. Novamente uma decisão os aguardava na semifinal do Paulistão e mais uma vez nos pênaltis. O Santos levou a melhor e avançou para ser campeão na final diante do Audax. No mesmo ano, os clubes voltariam a polarizar o futebol nacional ao disputarem o título do Brasileirão.
O Palmeiras levou a melhor e ficou com a taça do Brasileirão de 2016. O Santos terminou com o vice-campeonato, empatado em número de pontos com o Flamengo, mas com vantagem nos critérios de desempate. Os dois rivais tiveram um 2017 agitado apenas pela troca de clube de Lucas Lima. O meia que na época do Santos tanto provocou o Palmeiras, saiu do time no fim da temporada para defender o rival.
No ano de 2018 mais uma vez Santos e Palmeiras tiveram uma disputa acirrada pela semifinal do Paulistão. Em um jogo no Pacaembu, o time alviverde levou a melhor e eliminou o rival para chegar à disputa do título. Depois disso, as equipes não voltaram a ter confrontos diretos em competições mata-mata.