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CORONAVÍRUS

Jogadores pressionam nas redes sociais, e deputado mineiro retira artigos polêmicos de PL

Câmara dos Deputados deverá votar nesta quarta projeto que trata sobre questões do futebol em meio à pandemia de coronavírus

postado em 02/06/2020 19:06 / atualizado em 02/06/2020 19:24

(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Jogadores de futebol de todo o Brasil realizaram grande pressão nas redes sociais, e o deputado federal Marcelo Aro (PP-MG) resolveu retirar artigos polêmicos do Projeto de Lei (PL) 2125/2020, que trata sobre questões do futebol em meio à pandemia do coronavírus. O PL seria votado nesta terça-feira, na Câmara dos Deputados, mas foi adiado para esta quarta, já com o novo texto.

A principal crítica dos jogadores, que chegaram a ‘invadir’ as redes sociais de Aro, que é relator do projeto, é a autorização que seria dada aos clubes para reduzir a multa rescisória de 100% para 50% do valor restante do contrato. A diminuição da cláusula compensatória, como foi chamada, estava no texto original do autor do projeto, deputado Arthur Maia (DEM-BA), mas foi retirada na nova redação. 

“A questão dos atletas, sobre os supersalários, acabei de retirar do texto. Embora eu ache que seja uma discussão necessária, entendo o argumento colocado pela Federação Nacional dos Atletas, sobre ser um momento inoportuno para o debate. Considerando o acordo entre Câmara e governo de tratar do tema após a pandemia, acho que, de fato, o tempo seja necessário para construir um entendimento maior”, disse Aro. 

Existe o texto ideal, que eu gostaria que fosse votado, e existe o texto possível. Então, às vezes cedemos um pouco sobre o que achamos ideal, mas tendo em vista a aprovação do que é fundamental. O que é fundamental, agora, para o futebol brasileiro, é a suspensão das parcelas do Profut”, complementou.

Entre outros temas, o Projeto de Lei que será votado nesta quarta-feira prevê o congelamento do Profut por 180 dias após o fim do estado de calamidade pública pelo coronavírus, decretado pelo menos até dezembro, além da possibilidade de mudanças de regulamentos nos torneios já iniciados

Ataques e cobranças nas redes sociais

Nos últimos dias, Aro foi muito cobrado por jogadores nas redes sociais. Praticamente todos os atletas do Cruzeiro, por exemplo, realizaram publicações em suas contas do Instagram cobrando a não-aprovação do texto original do PL. “A culpa e a conta não são minhas. Campanha contra a aprovação de leis durante a pandemia e que tiram direitos dos atletas”, dizia a imagem assinada pela Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (FENAPAF)

(Foto: Reprodução/Instagram)
“Quem está na política está acostumado com isso. O político tem que saber receber crítica, nem sempre nosso posicionamento vai agradar a todos. O que eu não concordo são correntes, mensagens manipuladas, disparadas de forma igual. Há também os que já têm a posição e não querem debate. Vejo com tranquilidade, só questiono até que ponto isso tem força”, disse Aro.

“Dialoguei com o sindicato dos atletas, nunca me furtei do debate. O que não vou fazer é bater boca em rede social. Qualquer jogador que mandou mensagem e queira conversar, me ligar, participar de audiência pública, estou pronto”, garantiu ele.

Por fim, Aro questionou a disseminação de informações falsas sobre o projeto de lei. “Das mensagens, a grande maioria é inverídica. Gente falando que eu estava retirando salário do jogador mais necessitado. O texto falava sobre (alterações em rescisões de jogadores com) salários acima de R$ 12 mil. 85% dos jogadores brasileiros recebem até um salário mínimo. Não teria mudança para a maior fatia”, finalizou. 

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