Clube mais rico do Brasil e atual campeão, o Palmeiras larga como o maior favorito a chegar à terceira conquista em quatro anos. Para isso, manteve o experiente e vencedor técnico Luiz Felipe Scolari e segue de cofres abertos em busca de jogadores que possam reforçar um grupo que já é dos mais qualificados do Brasil, com ao menos dois jogadores de mesmo nível para cada posição, sendo que, em algumas, conta com três.
Justamente pelo alto poder aquisitivo e pela folha salarial caríssima é que o time joga sempre pressionado pelos bons resultados. Este ano, por exemplo, foi eliminado pelo São Paulo nas semifinais do Campeonato Paulista, fazendo subir a temperatura no CT da Barra Funda.
Depois dos palmeirenses figura o Flamengo, clube que mais arrecada no país – a previsão é de que o montante chegue a R$ 750 milhões. Isso permitiu fazer a maior contratação da história do futebol brasileiro, pagando R$ 60 milhões para tirar De Arrascaeta do Cruzeiro no início do ano. Já o atacante Bruno Henrique, ex-Santos, custou R$ 23 milhões. Para completar, buscou, por empréstimo, o atacante Gabriel, da Inter de Milão. E conta com jogadores como os armadores Diego e Éverton Ribeiro, o atacante Vitinho, o volante Cuellar e o goleiro Diego Alves.
O problema está no sistema defensivo, que ainda é bastante questionado – em 22 jogos na temporada, a equipe só não foi vazada em seis, sendo duas nas finais do Estadual, contra o Vasco. Os últimos vacilos foram na derrota de virada por 2 a 1 para a LDU, no Equador, que complicou a situação da equipe na Libertadores. Assim, caberá a Abel Braga dar maior consistência à equipe se quiser subir de atual vice-campeã brasileira para o posto mais alto do pódium.
Quem também mostra boa capacidade de investimento e tem qualidade no elenco é o Grêmio. Campeão da Copa do Brasil em 2016 e da Copa Libertadores em 2017, a equipe conta com o pulso firme do ídolo Renato Gaúcho, que tem tanto controle sobre os jogadores que foi capaz de barrar atletas como o armador Luan, considerado uma das maiores revelações do Imortal nos últimos anos.
Há outros bons jogadores surgindo, como Jean Pyerre, que se juntam a pratas da casa já consagrados, como Éverton Cebolinha. Para reforçar o ataque, a diretoria buscou o experiente Diego Tardelli, ex-Atlético, e Felipe Vizeu, ex-Flamengo. Na defesa, Geromel e Kanneman dão segurança, mas as laterais ainda deixam o torcedor tricolor um tanto inseguro.
Há outros clubes com poder financeiro até maior que o do Grêmio, casos de Corinthians, São Paulo e Santos. Porém, por ter times menos “prontos” que os gaúchos, estão um patamar abaixo, ao menos antes do início da disputa. O Athletico e o Internacional também não têm tanta grana, mas vêm fazendo boas campanhas na Libertadores, o que deixa as torcidas animadas.
Em um terceiro bloco aparecem Bahia, Botafogo, Chapecoense, Fortaleza – que, sob o comando de Rogério Ceni, foi campeão da Série B e levou o título cearense –, Fluminense e Vasco. Se alguma delas passar das posições intermediárias será surpresa. A Chapecoense perdeu o Campeonato Catarinense para o Avaí, mas é uma equipe mais acostumada à disputa.
Normalmente, os clubes que sobem da Série B têm mais dificuldade para se manter na Série A. Mas Avaí, CSA e Fortaleza acabaram de conquistar títulos estaduais e chegam embalados. Dos que vieram da Segundona, apenas o Goiás não conseguiu o título regional, trocou de técnico (contratou Claudinei Oliveira) e pode ter mais problemas na competição. Assim como o Ceará, que conseguiu se manter na Primeira Divisão em 2018, mas perdeu o Campeonato Cearense de 2019 para o Fortaleza, demitiu o técnico Lisca e contratou Enderson Moreira, demonstrando que será necessário se reencontrar para conseguir permanecer na elite do futebol brasileiro.
PREMIAÇÃO DA TV SERÁ DIFERENTE
Se dinheiro faz a diferença na hora de montar equipes, é bom os clubes ficarem atentos. A partir deste ano, houve mudança na distribuição de cotas de TV, que passam a levar em conta três critérios: 40% (R$ 440 milhões) serão distribuídos igualmente entre os participantes; 30% (R$ 330 milhões) levam em conta a audiência; e 30% (R$ 330 milhões) será por desempenho. Por esse último item, os clubes vão precisar encarar todos os jogos com o máximo de empenho, pois 1 ponto poderá significar alguns milhões a mais na conta bancária em dezembro.
O único clube que não chegou a acordo com a Rede Globo para a transmissão em TV aberta foi o Palmeiras, que também não assinou com a emissora para as transmissões em pay-per-view, assim como o Athletico. O atual campeão brasileiro tem acordo firmado com o grupo Turner e terá apenas quatro dos primeiros nove jogos da competição transmitidos pela TNT. Assim, pela primeira vez em duas décadas, o Brasileiro não terá a totalidade de suas partidas transmitidas.
Clube e emissora ainda tentam fechar acordo, mas, por enquanto, nada feito. Para transmitir uma partida no Brasil é necessário que os dois times em campo tenham contratos com a mesma emissora.
PONTOS QUE VALEM MILHÕES
Posição Como será em 2019 (*) Como foi em 2018
Campeão R$ 33 milhões R$ 18,1 milhões
Vice R$ 31,3 milhões R$ 11,4 milhões
3º R$ 29,7 milhões R$ 7,7 milhões
4º R$ 28 milhões R$ 5,6 milhões
5º R$ 26,4 milhões R$ 4,1 milhões
6º R$ 24,7 milhões R$ 2,8 milhões
7º R$ 23,1 milhões R$ 2,4 milhões
8º R$ 21,4 milhões R$ 2,1 milhões
9º R$ 19,8 milhões R$ 1,8 milhão
10º R$ 18,5 milhões R$ 1,6 milhão
11º R$ 15,5 milhões R$ 1,4 milhão
12º R$ 14,6 milhões R$ 1,2 milhão
13º R$ 13,7 milhões R$ 1,1 milhão
14º R$ 12,8 milhões R$ 950 mil
15º R$ 11,9 milhões R$ 850 mil
16º R$ 11 milhões R$ 740 mil
(*) 30% dos direitos serão distribuídos de acordo com o desempenho
AS “DIVISÕES” DA SÉRIE A
Favoritos
Cruzeiro, Flamengo, Grêmio e Palmeiras
Com chances
Athletico, Atlético, Corinthians, Inter, Santos e São Paulo
Azarões
Bahia, Botafogo, Chapecoense, Fortaleza, Fluminense e Vasco
Lutam para não cair
Avaí, CSA, Ceará e Goiás