Os advogados de José Maria Marin pediram para a Justiça norte-americana desbloquear milhões de dólares para que o ex-presidente da CBF possa pagar seus advogados e, assim, financiar seu recurso nos tribunais dos Estados Unidos.
Em uma carta à corte de Nova York, seus advogados pedem que a Justiça "exonere os bonds (títulos de crédito) de Marin e liberem a porção de dinheiro para permitir que ele financie sua defesa". De acordo com o documento, o ex-presidente da CBF estaria devendo US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 4 milhões) aos advogados.
Em novembro de 2015, quando Marin foi extraditado da Suíça para os Estados Unidos, a corte de Nova York o permitiu aguardar sua sentença em liberdade, com a condição de que depositasse uma fiança de US$ 15 milhões (aproximadamente R$ 61 milhões). Desse total, US$ 2 milhões (R$ 8 milhões) viriam de garantias bancárias e mais US$ 1 milhão (R$ 4 milhões) em espécie.
A promotoria norte-americana estima, porém, que a fortuna de Marin seria bem maior do que o valor bloqueado. "Marin tem uma fortuna individual de mais de US$ 14 milhões (R$ 57 milhões) e não está em questão se ele tem a capacidade de pagar a multa", disse a promotoria, antes mesmo de sua condenação.
Em agosto, a juíza Pamela Chen, da Corte Federal do Brooklyn, condenou Marin a 48 meses de prisão pelos crimes cometidos na época em que foi presidente da CBF, de 2012 a 2015.
Marin foi acusado de participar de um esquema de corrupção internacional que resultou no pagamento de US$ 154 milhões (R$ 628 milhões) em suborno envolvendo torneios como Copa do Brasil, Copa América e Copa Libertadores. Ele já cumpriu 13 meses de detenção na Suíça e Estados Unidos e por ter registrado bom comportamento, sua pena final, na prática, será reduzida para 28 meses de prisão.
Chen determinou também multa total de US$ 1,2 milhão (R$ 4,9 milhões), que será paga em seis parcelas, sendo a primeira seis meses depois de 20 de novembro deste ano, quando será publicada a sentença. Marin também será confiscado em US$ 3,35 milhões (R$ 13,65 milhões) por ter participado do esquema de propinas que teria conspirado ao seu favor o recebimento de US$ 10 milhões (R$ 41 milhões).
Os advogados indicaram que vão recorrer da decisão da corte de Nova York. A estratégia de defesa é recorrer à Corte de Apelação e, ao mesmo tempo, pedir que Marin aguarde a decisão em prisão domiciliar, valendo-se do fato de possuir um apartamento em Nova York e de ter demonstrado, entre 2015 e 2017, que não existiria risco de fuga. Assim, o objetivo é prolongar ao máximo uma decisão final, garantindo ao brasileiro mais tempo em sua própria residência.
O Estado apurou com pessoas próximas a Marin que sua idade é um fator que tem pesado. A segregação teria deixado sequelas em um homem de 86 anos. O ex-presidente da CBF tem recorrido ao serviço de saúde da prisão nas proximidades de Nova York. Ele também tem sido medicado, diante de seus problemas de hipertensão arterial.
FUTEBOL NACIONAL
Marin pede liberação de recursos bloqueados pela Justiça para pagar advogados
José Maria Marin foi condenado a 48 meses de prisão pelos crimes cometidos
postado em 20/09/2018 18:49 / atualizado em 20/09/2018 18:53
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