“O julgamento a que estão sendo submetidos Marin, Naput e Burga nos EUA e as provas que foram ali apresentadas nas últimas semanas tiveram impacto decisivo na suspensão de Del Nero. Uma condenação dessas três pessoas no processo americano tende a respaldar fortemente uma possível sentença condenatória do Comitê de Ética da Fifa contra o Marco Polo del Nero”, opinou o advogado Eduardo Carlezzo, especialista em Direito Desportivo Internacional.
Na sexta-feira, na Corte do Distrito Leste de Nova York, jurados iniciaram as deliberações para definir o futuro dos dirigentes. Os trabalhos serão retomados nesta segunda, mas não existe uma previsão sobre a data de divulgação do veredicto. Os advogados acreditam em uma definição até o fim desta semana.
Marin responde a sete acusações de conspiração em esquema internacional de corrupção feitas pelos promotores do governo dos Estados Unidos, sendo três delas relativas a lavagem de dinheiro. “Acredito em uma influência direta do julgamento de Nova York na suspensão de Del Nero e em todos os outros casos. Ele vai definir um parâmetro”, defende o advogado Carlos Eduardo Ambiel.
RECURSO
Paralelamente, Marco Polo del Nero tem até terça-feira para apresentar um recurso no Comitê de Apelação da Fifa contra sua suspensão. Ele não precisará viajar até a Suíça para se defender. Desde 2015, o dirigente evita sair do Brasil com receio de ser preso pelas autoridades norte-americanas.
O recurso, no entanto, não tem efeito suspensivo, ou seja, ele continuará fora da CBF, e as investigações vão continuar. Del Nero divulgou nota em que desafia “qualquer pessoa, entidade, órgão de imprensa, investigador a comprovar que ele tenha recebido dinheiro ilegal.”
Para voltar ao cargo na CBF, o dirigente teria de reverter a suspensão mediante um recurso no Comitê de Apelação da Fifa ou na Corte Arbitral do Esporte. Ou ainda ser absolvido na decisão de mérito do processo.
A definição da situação de Del Nero deve ocorrer antes da Copa. “Entendo que não é desejo da Fifa chegar ao Mundial sem haver uma resolução definitiva do caso”, opina Carlezzo.