Após mais de uma semana de paralisação por causa das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 - com exceção de dois jogos atrasados disputados neste fim de semana -, o Campeonato Brasileiro será retomado nesta quarta-feira com significativas mudanças nas equipes provocadas durante a janela de transferências de atletas para o exterior, o que pode provocar alterações na tabela de classificação. Para muitos clubes, o balanço final foi de mais desfalques do que reforços no período, tanto em quantidade como em qualidade.
Até por conta do calendário, os clubes acabam ficando em desvantagem. Enquanto o período para compras internacionais foi entre os dias 20 de junho e 19 de julho, as vendas poderiam ser feitas de 1.º de julho a 31 de agosto. Assim, durante mais de um mês, os jogadores poderiam sair do país, mas os clubes estavam impedidos de buscar peças de reposição no mercado externo.
Até o dia 31 de julho, a CBF contabilizou 677 transferências do exterior para o Brasil no ano. Fizeram o movimento inverso, do Brasil para fora, 770 atletas. Os números de agosto ainda não foram contabilizados, mas a diferença vai crescer ainda mais, sobretudo em relação aos valores. Até a primeira metade do ano, os clubes brasileiros gastaram R$ 197,7 milhões comprando jogadores fora do país. Já o total de vendas chegou a R$ 382,5 milhões.
O Corinthians, por exemplo, sofreu o seu segundo desmanche na temporada. Em apenas um dia, saíram Bruno Henrique, André e Luciano. Depois, no último dia da janela, o volante Elias deixou o clube. Já as contratações foram bastante discretas: o atacante Gustavo, ex-Criciúma, e o volante Jean, ex-Paraná.
Outro clube que saiu da janela de transferência com o saldo negativo foi o São Paulo. O time tricolor perdeu seus dois principais jogadores: Paulo Henrique Ganso e Calleri. Também saíram Centurión e Alan Kardec. Em contrapartida, chegaram ao Morumbi nomes menos badalados como Chavez, Buffarini, Cueva, Gilberto e Douglas.
O Santos conseguiu resistir às investidas dos clubes europeus e segurou Lucas Lima, Zeca e Thiago Maia. O clube, no entanto, não teve cacife para manter Gabriel, vendido para a Internazionale por 27 milhões de euros (R$ 97 milhões). Antes da saída do atacante, a diretoria havia contratado o colombiano Copete, do Atlético Nacional.
O Atlético negociou o lateral-esquerdo Douglas Santos, da Seleção Olímpica, com o Hamburgo da Alemanha. Já o rival Cruzeiro, que reage na competição, negociou o zagueiro reserva Bruno Viana com o Olympiacos da Grécia, time dirigido pelo técnico português Paulo Bento.
O Palmeiras também vendeu o seu principal atacante para a Europa. Gabriel Jesus, porém, se apresentará ao Manchester City apenas em janeiro. Ele é, inclusive, a principal aposta do clube na busca pelo título do Campeonato Brasileiro, uma taça que não conquista há 22 anos.
REFORÇO
Ao contrário da maioria dos clubes, o Flamengo se deu bem na janela de transferências. O clube contratou Diego, do Fenerbahçe, e o meia se transformou no principal jogador da equipe. Com ele em campo, o time rubro-negro está com 100% de aproveitamento. Bateu Grêmio, Chapecoense e Figueirense (Copa Sul-Americana). O meia marcou dois gols nos primeiros jogos e ajudou o clube a alcançar a vice-liderança do Brasileirão, atrás somente do Palmeiras.
O Cruzeiro também tem conquistado bons resultados graças aos jogadores que chegaram ao clube no meio do ano vindos do exterior. O atacante argentino Ramón Ábila, ex-Huracán, já soma oito gols em 10 jogos. Outro jogador que tem se destacado no time mineiro é o atacante Rafael Sóbis, contratado do Tigres, do México.
Após a chegada desses dois jogadores, o Cruzeiro deixou a zona de rebaixamento do Brasileirão (ocupa a 14.ª colocação atualmente) e está com a vaga nas quartas de final da Copa do Brasil praticamente garantida após derrotar o Botafogo por 5 a 2, fora de casa.