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Um dos maiores críticos da CBF nos últimos tempos, o ex-jogador e atual senador Romário chamou Marin de "ladrão" e foi enfático ao celebrar a prisão. “Muitos dos corruptos e ladrões que fazem mal ao futebol foram presos. Inclusive um dos maiores do país, que se chama José Maria Marin”, declarou durante audiência pública realizada na Comissão de Educação, Cultura e Esporte.
O político só lamentou que Marin não tenha sido investigado e detido pela polícia brasileira. “Infelizmente, não foi a nossa polícia que prendeu. Ladrão tem que ir para a cadeia. Parabenizo o FBI e especialmente a Polícia Suíça pela atitude. Espero que isso repercuta positivamente e que isso passe a ser aplicado na América do Sul”, comentou.
O ex-atacante, tetracampeão mundial com a Seleção Brasileira em 1994, também manifestou a esperança de que a prisão tenha sido o pontapé inicial para mudanças no futebol do País. “Graças a Deus o que se faz aqui se paga aqui também. Essa prisão de Marin já é o início de um grande futuro pro nosso futebol, especialmente pra essa entidade, que é a mais corrupta que nós temos no futebol aqui no país, CBF, e a mundial, que é a Fifa.”
Já o Bom Senso FC, movimento criado para lutar por melhores condições para os jogadores e que também bateu de frente com Marin e a CBF por diversas vezes, foi mais diplomático ao comentar o caso, mas seguiu na linha adotada por Romário e também pediu que o episódio resulte em mudanças no futebol.
"É chegada a hora de discutir e investigar o comando do futebol brasileiro. O ambiente é de combate à corrupção estatal no Brasil e de investigação ao grande poder do futebol. É hora de democracia e transparência no futebol. Medidas concretas neste sentido estão presentes na MP 671, a MP do Futebol, que refinancia a dívida dos clubes. Por isso, é urgente e necessária a sua aprovação", cobrou o movimento em comunicado.
O Bom Senso também fez votos de que o comportamento da Justiça dos EUA sirva de exemplo para a brasileira. "O dia de hoje também mostra que quando existe vontade do poder público e das instituições responsáveis é extremamente viável investigar os desvios, a corrupção e punir os envolvidos. Que a ação da Justiça dos EUA inspire os poderes responsáveis no Brasil para uma ampla, geral, irrestrita e imparcial investigação."
A prisão de José Maria Marin fez parte de uma extensa investigação norte-americana, que resultou no indiciamento de outras 13 pessoas ligadas ao futebol. Nomes como o vice-presidente da Fifa Jeffrey Webb, os ex-presidentes da Conmebol Nicolás Leoz e Eugenio Figueredo e o ex-vice-presidente da Fifa Jack Warner estão entre os investigados por diversos crimes. Entre eles, conspiração para levar dinheiro, extorsão e fraude eletrônica, em um esquema com 24 anos de duração e com pagamento de subornos superiores a US$ 150 milhões (mais de R$ 470 milhões).