CLÁSSICO
Clássico vive rotina de polêmicas extracampo e futebol perde espaço para discussões
Atlético e Cruzeiro vêm de anos especiais no campo e discussões fora dele
postado em 14/04/2015 18:20 / atualizado em 14/04/2015 18:35
O encontro de Atlético e Cruzeiro na semifinal do Estadual poderia render notícias sobre quem tem o elenco mais forte, a maior qualidade técnica entre os titulares ou o melhor treinador. Mas a discussão toma outro eixo: o jogo será sábado ou domingo? A rotina de problemas extracampo entre os arquirrivais tem tomado o espaço dos verdadeiros protagonistas: os jogadores de futebol.
A incerteza sobre a data do segundo jogo no fim de semana é apenas uma amostra do que tem sido os bastidores do maior clássico do futebol mineiro. O atrito constante entre dirigentes, FMF e afins inibe a proporção do clássico, que conta com o atual campeão brasileiro e o vencedor da Copa do Brasil. Os próprios torcedores reclamam em redes sociais do excesso de confusão, falta de planejamento e banalização do espetáculo.
As entrevistas de Daniel Nepomuceno e Gilvan de Pinho Tavares sobre a data da partida, arbitragem de fora ou mineira marcaram a semana seguinte ao primeiro jogo, que terminou empatado por 1 a 1. O golaço de Arrascaeta e a bela atuação de Guilherme ficaram em segundo plano. Os clubes mineiros ainda disputam a reta final da fase de grupos da Copa Libertadores e têm jogos decisivos pela frente.
Polêmicas anteriores
Hoje, o problema é a data da partida. Em 2014, na decisão da Copa do Brasil, a carga de ingressos foi a vilã. O Cruzeiro não requisitou 10% do espaço no Independência no primeiro jogo, mas, quando soube que o ex-presidente Alexandre Kalil faria o pedido no Mineirão, o clube celeste recorreu. Porém, o espaço disponibilizado para a torcida visitante no Horto não atendia o previsto no Regulamento Geral de Competições, e os ânimos ficaram exaltados. A resposta celeste no jogo da volta no Gigante da Pampulha contou com uma carga menor que a prevista à torcida visitante. O clube foi punido com multa pelo STJD.
Os argumentos sobre a presença de árbitros mineiros ou de outros estados nas disputas são constantes, como aconteceu no domingo passado. As punições de perda de mando de campo e bombas arremessadas por torcedores também foram motivo de embate nos últimos clássico. Os explosivos renderam problemas aos clubes e a maior preocupação dos mesmos foi se eximir da culpa, seja nos episódios ocorridos no Independência ou Mineirão.
Mesmo quando não discutiram publicamente, os clubes precisaram da participação de outros órgãos para entrarem em acordo. No clássico de reinauguração do Mineirão, em fevereiro de 2013, o estádio só recebeu torcida dividida por causa de uma imposição do governo mineiro. Contudo, a condição do Cruzeiro, mandante e parceiro da Minas Arena (administrado da arena) foi que a renda seria exclusiva à Raposa.
Na década passada, antes do fechamento do Gigante da Pampulha para as obras do Mundial, os dois clubes tiveram um entrevero por conta do túnel que fica ao lado do auxiliar. O ex-presidente Alexandre Kalil decidiu que o Galo deveria ficar no local quando fosse mandante. Como o espaço fica próximo à torcida do Cruzeiro, a Polícia Militar precisou bloquear a parte que ficava atrás do túnel, antiga concentração da geral. O mesmo ocorria no lado oposto com o banco do Cruzeiro.
O questionamento de Kalil foi uma retomada de uma ação iniciada por seu pai, Elias. Nos anos 80, o mandatário solicitou a construção de um túnel do outro lado do campo, para o Atlético ter direito de ficar próximo ao segundo auxiliar. Na visão dos clubes, o profissional poderia ser induzido ao erro por causa da pressão dos integrantes mais próximos.
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