O Cruzeiro confirmou o favoritismo e levou a melhor no clássico diante do Atlético, neste domingo, no Mineirão, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. Muito superiores em campo, os celestes não tiveram dificuldade para golear o time alternativo do Galo por 4 a 1, assumindo a liderança da competição. O alvinegro saiu na frente com Alecsandro, de pênalti, mas os estrelados viraram com Everton Ribeiro, Ricardo Goulart (2) e Nilton.
Em clima de festa e ‘ressaca’ pela conquista inédita da Copa Libertadores, com a vitória diante do Olimpia nos pênaltis, na última quarta-feira, no Mineirão, o Atlético entrou em campo com um time muito alterado, só com Marcos Rocha e Richarlyson como titulares, mesmo assim utilizados em outras funções. O Cruzeiro, por sua vez, alheio à comemoração do rival, manteve a seriedade com que vem encarando o campeonato, dominou totalmente e chegou ao placar elástico.
O Cruzeiro conquistou a terceira vitória consecutiva no Brasileiro e assumiu a ponta, beneficiado pelo tropeço do Internacional ante o Náutico e os empates de Botafogo e Coritiba, contra Flamengo e Vitória, respectivamente. O time celeste, que vinha de triunfos diante de Náutico e São Paulo, ambas por 3 a 0, passou a somar 18 pontos com a goleada no clássico. O Atlético, que derrotara Criciúma (3 a 2) e Corinthians (1 a 0), usando um time ‘B’ com mais opções que o deste domingo, permaneceu com 10 pontos, em 13º. O Galo, porém, tem um jogo a menos (ainda enfrentará a Ponte Preta em partida adiada).
Na próxima rodada, o Cruzeiro sairá para pegar o Fluminense no Rio de Janeiro, na quarta-feira que vem, às 19h30. Já o Atlético terá a chance de se recuperar em casa, contando com a volta dos campeões da Libertadores, diante do Atlético-PR, na mesma data e horário, no Estádio Independência.
O jogo
Com um time totalmente mexido, o Atlético não conseguiu jogar. Não criou praticamente nada no setor ofensivo e não prendeu a bola na frente, o que facilitou para o Cruzeiro pressionar. Mais organizado, o time celeste agrediu bastante pelos flancos, mas sem penetrar na defesa. Faltou um pouco de objetividade no começo para os azuis, que trocavam muitos passes e erravam nas conclusões.
Mesmo prejudicado pela falta de entrosamento, o Atlético saiu na frente. Marcos Rocha ficou com a sobra na área e tirou de Dedê, que cometeu pênalti infantil. Na cobrança, aos 17min, Alecsandro bateu forte, acertando o ângulo direito de Fábio: 1 a 0. Festa para a pequena torcida alvinegra presente ao Mineirão, logo silenciada com vaias pela maioria celeste.
O Cruzeiro partiu para o empate e teve em Vinícius Araújo a principal peça ofensiva. Se movimentando pelos dois lados do campo, o atacante dificultava muito para os marcadores. A partir dos 30min, o time celeste aumentou a pressão, já que o time atleticano estava todo recuado, à espera de uma oportunidade na velocidade de Luan, pela direita.
Aos 31min, veio o empate do Cruzeiro. Gilberto Silva perdeu a bola para Luan, que passou a Everton Ribeiro, que chutou cruzado, sem chance para Giovanni: 1 a 1. O meia-atacante comemorou bastante e incendiou ainda mais a torcida. Foi o suficiente para animar ainda mais os celestes, que partiram com tudo para a virada.
O fim do primeiro tempo foi um sufoco do Cruzeiro, que no entanto viu em Giovanni uma barreira no gol alvinegro. Mas o time celeste foi premiado pela insistência e passou à frente. Depois de excelente intervenção do goleiro atleticano em cabeçada de Souza, mandando a escanteio, Rafael Marques afastou mal e a bola ficou com Vinícius Araújo. O atacante cruzou rasteiro e Ricardo Goulart mandou para as redes: 2 a 1. Resultado justo pela maior força ofensiva da equipe estrelada.
Goleada celeste
O Atlético voltou alterado pelo técnico Cuca, que apostou em Leleu para dar mais força ao setor ofensivo e no jovem zagueiro Jemerson, com a pretensão de melhorar a marcação. Mas o Cruzeiro continuou melhor e pressionando em busca do terceiro, que saiu logo aos 7min. Egídio bateu escanteio pela esquerda, a zaga apenas acompanhou a chegada precisa de Nilton, que tocou para as redes de Giovanni: 3 a 1.
Com a vantagem tranquila e sem ser ameaçado, o Cruzeiro teve tranquilidade para fazer mais um, aos 12min. Ricardo Goulart foi lançado pela direita, Jemerson esticou a perna e não conseguiu superar o atacante, que chutou sem chance para Giovanni: 4 a 1. Goleada desenhada e muitas provocações da torcida celeste, que passou a gritar ‘Eu acredito’, em alusão à frase que marcou o título da Libertadores do rival, contra o Olimpia. Naquela altura, a expectativa dos cruzeirenses era repetir o placar de 6 a 1 diante do Galo, alcançado na última rodada do Brasileiro de 2011.
Se o Cruzeiro tivesse mantido o ritmo até o fim, talvez até conquistasse um placar mais amplo. Mas a equipe celeste ‘tirou o pé’ em alguns momentos, até mesmo pela facilidade em chegar ao setor ofensivo. Mesmo assim os estrelados poderiam ter feito mais gols, enquanto o Galo, ainda mais mexido ao longo da etapa final, com Cuca lançando mão de juniores, voltou mais as atenções para a defesa, criando apenas uma oportunidade, com Gilberto Silva. Prevaleceram a experiência e o melhor entrosamento dos mandantes, diante de um adversário muito fragilizado pela ausência dos titulares.
CRUZEIRO 4 x 1 ATLÉTICO
Cruzeiro
Fábio; Mayke (Ceará), Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Nilton, Souza, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart; Luan (Martinuccio) e Vinícius Araújo (Willian)
Técnico: Marcelo Oliveira
Atlético
Giovanni; Michel, Rafael Marques, Gilberto Silva e Junior César; Lucas Cândido, Rosinei (Leleu), Marcos Rocha e Richarlyson (Jemerson); Luan (Élder) e Alecsandro
Técnico: Cuca
Motivo: nona rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Mineirão
Data: 28 de julho (domingo)
Árbitro: Emerson de Almeida Ferreira (MG)
Assistentes: Márcio Eustáquio Santiago (MG) e Pablo Almeida da Costa (MG)
Gols: Alecsandro (pênalti), 18, Everton Ribeiro, 31, Ricardo Goulart, 43min do 1ºT; Nilton, 7, Ricardo Goulart, 12min do 2ºT
Público: 35.689 pagantes
Renda: R$ 1.815,785,00
Cartões amarelos: Richarlyson, Marcos Rocha (ATL); Luan, Souza (CRU)