A Justiça da Espanha negou pela terceira vez o pedido da defesa de Daniel Alves para que o jogador deixasse o complexo penitenciário de Brians 2, em Barcelona.
A decisão foi tomada pela Seção 3 do Tribunal local, confirmando a determinação do Tribunal de Instrução 15, que recusou o pedido do jogador nas duas primeiras vezes.
A alegação da defesa para pedir a soltura era de que o brasileiro não fugiria do país, já que pretenderia viver com seus filhos na cidade.
A justificativa não foi aceita. A Justiça entende que a mudança teria sido anunciada para favorecer o recurso, já que aconteceu no mesmo dia em que a liberdade foi negada pela última vez, em maio.
Quando Daniel Alves será solto?
Daniel Alves não deve deixar a prisão até o julgamento, que ainda não tem data para acontecer. Os primeiros recursos foram negados por um eventual risco de fuga. Segundo o 'Marca', a defesa chegou a apresentar garantias, que não foram aceitas. A defesa do jogador argumenta que é a possibilidade de fuga é "impensável".
Relembre o caso
Daniel Alves é acusado de estupro por uma mulher de 23 anos em uma boate de Barcelona, na Espanha. Ele está preso desde 20 de janeiro no presídio de Brians 2, e ainda não tem data para ser julgado.
Durante o curso das investigações, o jogador apresentou diferentes e inconsistentes versões para o que teria acontecido dentro do banheiro da boate - primeiro, negou que conhecia a mulher. Depois, afirmou que esteve com a jovem, mas sem praticar nenhum ato sexual.
Ele chegou admitir que houve ato sexual, mas em uma relação consentida. Segundo a defesa, a mudança nos depoimentos foi uma tentativa de esconder a infidelidade de Joana Sanz, com quem estava casado na época.
Uma câmera instalada no corpo do policial que prestou atendimento gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, que bate com o seu depoimento. O relato bate também com as imagens, e ela chegou a descrever com detalhes uma tatuagem do jogador entre o abdômen e o pênis.
Como denunciar violência sexual no Brasil
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O serviço funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem direta e gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel.
Nesses tipos de crime, as vítimas não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no SUS, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o documento em mãos. Esse exame pode auxiliar em um futuro processo judicial, e deve ser feito o mais rápido possível para que as provas não desapareçam.
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