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Noriega: Guardiola se consagra, mas final da Champions teve nó de Inzaghi

Nada tira o mérito do treinador espanhol, porém conquista inédita do City veio de forma dramática

11/06/2023 11:40 / atualizado em 11/06/2023 12:18
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Guardiola fez história novamente ao conquistar a Champions League com o Manchester City
foto: Incosport

Guardiola fez história novamente ao conquistar a Champions League com o Manchester City


Guardiola, enfim, levou o City ao topo da Europa. Em sete anos o treinador espanhol transformou o segundo time de Manchester em Cidadão do Mundo. Nada tira o mérito do treinador mais influente do futebol nos últimos tempos.

 

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Mas que na tensa final contra a Inter o gênio catalão levou o chamado nó tático do italiano Stefano Inzaghi, isso levou! O triunfo mais significativo do guardiolismo veio de forma dramática.

O City não conseguiu ser dominante, foi impedido de exercer a enorme pressão tática, técnica e psicológica com a qual está acostumado. A Inter foi uma digna representante do melhor da escola italiana de futebol: a arte da marcação e do mapeamento das forças ofensivas adversárias.



O ritmo é determinante nos esportes coletivos. As maiores equipes do mundo jogam para fazer o adversário dançar conforme sua batida. O City de Guardiola é tão bom nisso que foi capaz de subjugar o poderoso Real Madrid, de outro grande estrategista italiano, Carlo Ancelotti.

 


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A proposta do jogo inzaghiano neutralizou as forças do guardiolismo quase à perfeição. A Inter isolou Haaland. A bola praticamente não chegou ao Cometa. O croata Brozovic, um mestre na arte do ritmo da estirpe de Modric, além de picar o jogo grudou em Gundogan. De Bruyne, apagado, sempre tinha uma dobra de marcação a lhe tirar o espaço. O estilo de marcação atacando a bola, grudando no adversário, cutucando, tirando o espaço, irritou o City e trouxe o rumo do jogo para o que Inzaghi queria.

Guardiola x Inzaghi: os números gritam

  

O City teve 57% de posse de bola, número abaixo de sua média de 59,9% na Champions. Com 43% de posse de que não fazia questão, a equipe italiana teve 14 arremates, contra 7 dos Cidadãos. O goleiro Ederson, quadragésimo-terceiro jogador brasileiro a ganhar a Champions, fez cinco defesas na partida, duas a mais que o camaronês Onana. Três delas determinantes para o resultado final.

Inzaghi apresentou ao mundo uma vacina eficaz contra o guardiolismo versão Haaland: marcou quem abastece o Cometa. Recordemos que vacinas não impedem que alguém adoeça, mas protegem dos sintomas mais graves.

 


A vitória inglesa veio com toques de imprevisibilidade e, também, dos pilares de Guardiola. O lance do gol traz um zagueiro avançando pelo campo adversário e fazendo passe de armador. Um meia chegando ao fundo como ponta, cruzando para trás, e um volante defensivo invadindo a área adversária para fazer o tento da taça. Puro suco de guardiolismo!

Finais se ganham, não se jogam, alguém disse. Muitas partidas decisivas são mais dueladas do que jogadas. Guardiola, que se acostumou a aprisionar os adversários em seu conceito, esteve a ponto de sucumbir diante de um modelo que neutralizou praticamente todas as suas armas. Méritos para o treinador que devolveu à posse de bola o protagonismo do jogo (com muita inspiração no que foi o futebol brasileiro em seus anos dourados). Mas para quem admira o contraste e as diferenças entre propostas e escolas de futebol, Inzaghi mostrou que a Itália será sempre a pátria da boa defesa.

Comentar minha primeira final de Champions na tela do SBT, com as companhias luxuosas de Téo José, Mauro Beting, Nadine Bastos, André Galvão e João Venturi foi uma aula de tática no maior torneio de clubes do planeta.


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