O procurador anunciou a "retirada das acusações contra todos os réus e por todos os fatos" pelos quais foram processados.
A Promotoria havia pedido inicialmente dois anos de prisão e uma multa de 10 milhões de euros (aproximadamente R$ 53 milhões) a Neymar no processo, aberto pela empresa DIS - que representava o jogador na época da venda, pelo Santos, para o Barcelona.
A DIS alega que o valor total da negociação foi diluído em contratos fictícios e, por isso, teria recebido quantia menor do que deveria. Além de Neymar, acionou na Justiça os pais do craque e os ex-presidentes do Barcelona Sandro Rossell e Josep Bartomeu, assim como o ex-presidente do Santos Odílio Rodrigues Filho.
Os outros acusados são três pessoas jurídicas: FC Barcelona, Santos FC e a empresa fundada pelos pais de Neymar para administrar sua carreira.
De acordo com o jornal espanhol "Marca", o promotor responsável pelo caso alegou, no tribunal em Barcelona, que "o caso se baseou em presunções, não em provas".
O julgamento de Neymar
O julgamento teve início em 17 de outubro. Além do jogador, prestou depoimento o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez.
No tribunal, o craque brasileiro afirmou que assinava os documentos apresentados por seu pai. "Eu assino o que ele pede", afirmou Neymar em uma breve declaração durante as perguntas dos representantes do Ministério Público.
Questionado se intercedeu nos contatos com o Barcelona para sua transferência, o agora atacante do Paris Saint-Germain, de 30 anos, disse que não lembrava e sobre as negociações de contratos disse: "Meu pai sempre cuidou de tudo, sempre foi foi responsável por isso".
O FC Barcelona anunciou em um primeiro momento que a contratação de Neymar custou 57,1 milhões de euros (40 milhões para a família e 17,1 para o Santos), mas a Justiça espanhola calculou que a operação custou ao menos € 83 milhões.
A empresa, que adquiriu 40% dos direitos econômicos do jogador em 2009, recebeu 6,8 milhões de euros dos 17,1 pagos oficialmente ao clube brasileiro.
Por considerar-se duplamente prejudicado, tanto por não ter recebido sua parte da transferência real quanto pelo contrato de exclusividade assinado por Neymar e o Barça - que impediu outros clubes de disputar a contratação do atacante -, o fundo DIS pede a restituição dos 35 milhões de euros que calcula ter perdido.
Como acusação particular, o grupo pede ainda cinco anos de prisão para o jogador, Rosell e Bartomeu, além de multas milionárias.
Os advogados de Neymar argumentam, no entanto, que o cliente não cometeu crime, já que os 40 milhões de euros corresponderam a um "bônus de contratação legal e habitual no mercado do futebol", e questionam se a Espanha tem a competência legal para o caso.