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Superliga Europeia nomeia diretor executivo e defende 'diálogo'

Projeto lançado em abril de 2021 segue sem futuro definido após abandono de 12 dos 15 times fundadores

19/10/2022 14:05 / atualizado em 19/10/2022 14:23
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Projeto lançado em abril de 2021 segue sem futuro definido após abandono de 12 dos 15 times fundadores
foto: Divulgação

Projeto lançado em abril de 2021 segue sem futuro definido após abandono de 12 dos 15 times fundadores

 
Um novo rosto para a Superliga Europeia: o grupo promotor desta competição dissidente, que pretende se sobrepor à Liga dos Campeões, nomeou nesta quarta-feira (19/10) como diretor executivo o alemão Bernd Reichart, que declarou à AFP querer abrir um "diálogo" sobre o futuro do futebol de clubes no continente.

Antigo diretor do grupo de mídia RTL Group na Alemanha, Reichart assume a A22 Sports management, anunciou em um comunicado a sociedade, "criada para apadrinhar e ajudar a criação da Superliga na Europa", um projeto ao qual se agarram três grandes clubes europeus: Real Madrid, Barcelona e Juventus.

"O futebol europeu precisa de um diálogo aberto e honesto sobre seu futuro", declarou o executivo em uma entrevista com a AFP, 18 meses depois do fracasso da primeira versão do projeto, que rivaliza com as competições da Uefa.

"Ao longo dos próximos meses, junto a nossos sócios, vamos lançar um diálogo estruturado, bem organizado e profissional", explica, reconhecendo um "sistema quebrado" e um "futebol europeu que não alcança todo o seu potencial".

Bernd Reichart, de 48 anos, é um especialista dos meios de comunicação e do direito esportivo, após suas passagens pela agência Sportfive, pelo grupo de mídia espanhol Atresmedia pelo alemão RTL, que dirigiu de 2019 a 2021.

Rosto visível 


Esta nomeação faz de Reichart o novo rosto visível da Superliga, um projeto lançado por 12 clubes ingleses, espanhóis e italianos em abril de 2021.

No entanto, a iniciativa fracassou em apenas 48 horas, depois da oposição mostrada por grupos de torcedores e a ameaça de medidas políticas contra os clubes dissidentes, especialmente os da Inglaterra.

Nove dos 12 clubes rebeldes anunciaram que desistiam do projeto e somente Real Madrid, Barcelona e Juventus continuam tentando mantê-lo em curso, com seus presidentes reafirmando nas últimas semanas seu compromisso com a Superliga.

A concretização novo torneio, que poderia acabar com o equilíbrio do futebol, está agora nas mãos da justiça europeia, depois de uma disputa judicial sobre o suposto abuso de posição dominante por parte da Uefa em meados de julho no Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), em Luxemburgo.

"Vamos conversar" 


A empresa A22 Sports Management, que tem entre os seus acionistas o empresário franco-marroquino Anas Laghrari, próximo de Florentino Pérez (presidente do Real Madrid), apareceu como parte afetada neste caso. O conselheiro geral do TJUE deve apresentar seu relatório em 15 de dezembro, antes que a decisão final seja conhecida em 2023.

"As equipes deveriam se preparar para pavimentar seu próprio futuro e imaginar como poderia ser o novo cenário" em caso de decisão favorável à Superliga, avisa Reichart, que afirma que não há clubes diretamente classificados para a competição, ao contrário da primeira versão do projeto.

"Já não se trata de membros permanentes. Queremos conversar sobre a base de uma competição aberta, baseada no mérito esportivo", acrescenta o dirigente.

Para minar responder à Superliga, a Uefa anunciou uma profunda reforma da Liga dos Campeões para 2024, com 36 equipes ao invés de 32 e um minicampeonato de oito rodadas no lugar da tradicional fase de grupos. Os direitos de transmissão devem chegar a uma soma recorde de 15 bilhões de euros para o período entre 2024 e 2027.

"Esse projeto não está indo em uma boa direção", critica Reichart.

"Estou bastante convencido de que os torcedores não gostarão do formato 2024-2027, que tem fários pontos fracos", continua o executivo, ressaltando em especial o aumento do número de jogos e o fato de que a fase eliminatória do torneio a partir das oitavas de final, a parte "mais interessante e emocionante", não começará antes de março.

"Vamos conversar para ver se nós podemos fazer melhor", defende o novo chefe da Superliga.

Mas pode ser que seja difícil voltar a atrair o interesse dos patrocinadores, escaldados depois da primeira tentativa, revela um dirigente ligado a um campeonato europeu.

"Não vão ser levados a sério depois de sua postura 'kamikaze' do ano passado", declarou esta fonte à AFP.

"É uma tentativa bastante ruim de se reinventar. Eles não podem voltar dos mortos, mesmo que estejamos perto do 'Halloween'", concluiu.


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