Revanche contra a Espanha
Agora, o próximo degrau se chama Espanha, seleção que se sagrou campeã em 2008 e 2012, eliminando a própria Itália, primeiro nas quartas de final e quatro anos depois na final.
Mas o caminho percorrido e as impressões deixadas já são um grande sucesso, três anos e meio depois do trauma que significou a não classificação da tetracampeã mundial para a Copa do Mundo de 2018 na Rússia, pela primeira vez em 60 anos.
Desde então, a chegada de Mancini reativou a 'Nazionale', ao classificar a equipe para a Eurocopa com uma campanha perfeita de dez vitórias em dez jogos.
Soma-se aos resultados a surpresa de vê-la jogar bem, pressionando em todo o campo e atropelando todos os adversários na primeira fase: Turquia (3-0), Suíça (3-0) e País de Gales (1-0).
Em seguida, veio um alerta necessário para uma equipe sem grande experiência internacional, a não ser por seus zagueiros centrais Giorgio Chiellini e Leonardo Bonucci, de 36 e 34 anos, contra a Áustria nas oitavas de final, a quem derrotou por 2 a 1 na prorrogação.
"Não somos os mais fortes, mas esta Eurocopa não é para os mais fortes", destacou o Corriere dello Sport no editorial deste sábado, elogiando a "unidade" da equipe construída por Mancini.
A impressão é semelhante no outro grande jornal esportivo, a Gazzetta dello Sport: "Mancini não tem fenômenos, mas unidos eles se transformam. Um princípio, simples, moderno e, portanto, muito difícil de realizar, especialmente na Itália".
A equipe de Mancini conseguiu um equilíbrio quase perfeito entre uma defesa sólida, apoiada pelo destemido goleiro Gianluigi Donnarumma, e um ataque com múltiplas opções, capaz de causar danos pelo meio com Barella e Insigne, autor de um golaço contra a Bélgica, ou pelas pontas, com Federico Chiesa e Leonardo Spinazzola.
Sem Spinazzola
Este último, talvez o melhor da Itália no torneio, se machucou gravemente na sexta-feira, com ruptura do tendão de Aquiles, que irá deixá-lo longe dos gramados por vários meses. Ele já deixou o grupo para fazer exames em Roma.
Apesar disso, a Itália conseguiu manter sua força e entusiasmo contra a Bélgica, primeira colocada no ranking mundial.
"É mais um passo. Estávamos nos perguntando o que aconteceria contra uma grande equipe. O grupo respondeu", disse a lenda da Juventus, Alessandro Del Piero, à rede de televisão Sky Sport.
A Itália tem uma sequência de 32 jogos sem derrotas (desde setembro de 2018). Agora Wembley a aguarda. Foi no 'templo do futebol' que Mancini ergueu a Copa da Inglaterra há dez anos como técnico do Manchester City.
Mas foi lá que ele também experimentou uma de suas grandes decepções como jogador: a final da Copa da Europa, quando jogava pela Sampdoria e perdeu para o Barcelona (1-0) em 1992.