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Presidente da Uefa promete banir clubes e quem jogar na Superliga da Copa

Dirigente se sentiu traído com a criação da nova competição e prometeu aplicar duras sanções aos clubes que a disputarem

Estadão Conteúdo
Alexander Ceferin, presidente de Uefa - Foto: RICHARD JUILLIART/ AFP
O anúncio da criação da Superliga por 12 gigantes do futebol inglês, espanhol e italiano pegou de surpresa o presidente de Uefa, o esloveno Alexander Ceferin. Sentindo-se traído, o dirigente promete duras sanções aos clubes que disputarem a nova liga e quer impedir seus jogadores até de atuarem na Copa do Mundo e na Eurocopa por suas seleções.



Dá para imaginar uma Copa do Mundo sem Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Kevin De Bruyne, Gabriel Jesus, Alisson, Mohamed Salah, Sadio Mané e Luis Suárez, entre tantos outros astros?

Arsenal, Liverpool, Chelsea, Manchester United, Manchester City, Tottenham, Atlético de Madrid, Real Madrid, Barcelona, Juventus, Milan e Internazionale se uniram para anunciar que vão disputar sua própria competição europeia, em detrimento da Liga dos Campeões. Paris Saint-Germain, Borussia Dortmund e Bayern de Munique desistiram de participar dessa nova Liga após repercussão negativa.

"Os jogadores que jogarem na Superliga Europeia serão proibidos de jogar pelas suas seleções na Copa do Mundo e na Eurocopa. Vamos tentar usar todas as sanções contra os clubes da Superliga Europeia. Têm de ser banidos, assim que possível, de todas as nossas competições, bem como os seus jogadores", afirmou, irritado, Alexander Ceferin.

O presidente da Juventus, Andrea Agnelli, que é padrinho de sua filha, é um dos responsáveis pelo "golpe" na Uefa. E Ceferin mostrou todo seu descontentamento com o compadre após questioná-lo sobre os boatos de criação da Superliga no último sábado e ouvir que "eram falsos".



"Andrea Agnelli é a maior decepção de todas, nunca vi uma pessoa que mentisse tantas vezes, com tanta persistência. É inacreditável. Não sabíamos que tínhamos cobras tão perto de nós, agora nós conhecemos", detonou Ceferin, indignado com Agnelli, que ainda é um dos chefes da Associação de Clubes Europeus.

"As coisas mudam. A Juventus estava na Série B, o Manchester United antes de Sir Alex Ferguson, não sei onde estava. O Aston Villa era um grande clube", seguiu Ceferin em seu desabafo. "Cuspiram na cara do futebol. Mas a Liga dos Campeões continuará a ser disputada, com ou sem eles", prometeu. Vale lembrar que Chelsea, Manchester City e Real Madrid estão nas semifinais da atual edição.

O presidente da Uefa ainda se amparou na revolta e nos protestos dos torcedores contra a Superliga. "Não consigo entender como os clubes podem ver seus torcedores protestando e mesmo assim não ligar. Eles já são ultra ricos, não são pobres, mas sempre querem mais", acusou.



Muitos, realmente, não apoiam a nova liga. Torcedores do Liverpool, por exemplo, colocaram faixas contra a Superliga e o envolvimento do clube na porta do estádio Anfield Road, em Liverpool.

"90% do dinheiro da Uefa regressa ao futebol, e não fica só para a elite. A Uefa não se move apenas por dinheiro, desenvolve o futebol. A Superliga não é assim, é só negócio. Só interessa encher os bolsos, e não a solidariedade. Os valores do futebol são outros, não vamos permitir isto", garantiu Ceferin.