Após três anos, o Real Madrid voltará a disputar a semifinal da Liga dos Campeões. O time espanhol neutralizou novamente o ataque do Liverpool, empatou sem gols no Anfield e sacramentou nesta quarta-feira sua classificação na competição da qual é o recordista de títulos, com 13 troféus. Na ida, em casa, o Real vencera por 3 a 1.
A equipe comandada por Zinedine Zidane não alcançava a semifinal desde 2018, justamente quando foi campeão pela última vez, enfrentando na final o mesmo Liverpool. O Real vai encarar agora o Chelsea, algoz do Porto na terça-feira, em confrontos ainda sem data definida.
Com Roberto Firmino no lugar de Diogo Jota, o Liverpool impôs pressão nos primeiros minutos de jogo. O time inglês trocava passes com rapidez, envolvia a defesa reserva do Real e até lembrava os melhores momentos da equipe nas últimas temporadas. Aos 2, Salah já exibia boa defesa de Courtois. Aos 10, Milner bateu colocado e o goleiro belga saltou para fazer outra bela intervenção. A pressa era grande porque os ingleses precisavam de ao menos dois gols para buscar a classificação.
Aos poucos, o Real conteve o ímpeto inicial do adversário e passou a administrar sua boa vantagem no placar agregado. Reduzia o ritmo da partida e "cozinhava" o Liverpool, então mais lento, principalmente no ataque. Num intervalo de apenas 30 minutos, os ingleses caíram de rendimento. Se no começo do jogo, recordavam os grandes momentos dos últimos anos, na metade final do primeiro tempo repetiam as fracas apresentações da atual temporada, sem velocidade, sem intensidade e previsível.
O Real soube aproveitar as oscilações do rival e até levou perigo no ataque. Aos 19, Benzema acertou o pé da trave direita de Alisson. Somente nos instantes finais da etapa, o time de Jürgen Klopp voltou a ameaçar o gol espanhol, geralmente em jogadas pela esquerda do ataque, lideradas por Mané. Salah e Wijnaldum desperdiçaram boas oportunidades, em finalizações dentro da área.
O segundo tempo começou como o primeiro: com o Real classificado parcialmente e o Liverpool impondo pressão. Firmino perdeu duas boas oportunidades logo de cara. Mas, novamente, o time espanhol precisou de poucos minutos para esfriar o jogo e equilibrar as ações.
Preocupado, Klopp resolveu arriscar. Sacou o zagueiro Kabak e colocou Diogo Jota em campo, deixando o Liverpool com quatro atacantes em campo. No meio, trocou Milner por Thiago Alcântara. A aposta reanimou o time inglês, que retomou a pressão e passou a ameaçar mais o gol espanhol.
O Real, por sua vez, seguia sólido na defesa e no meio-campo, liderado mais uma vez com competência por Modric e Casemiro. No ataque, Vinicius Junior esteve longe de repetir a grande performance da ida. Desta vez enfrentou mais dificuldade, diante da forte marcação de Alexander Arnold e Phillips. Na metade do segundo tempo, foi substituído por Rodrygo, como tem sido recorrente.
Como aconteceu na semana passada, o time de Zidane correu menos riscos do que esperava, esbanjou consistência, mesmo após seguidos desfalques, e sacramentou a vaga na semifinal sem dar chances para "milagres" no Anfield, palco famoso por resultados inesperados do Liverpool na Liga dos Campeões.