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Pioneiras fazem arbitragem feminina romper barreiras em grandes torneios

Lista dessas mulheres tem a presença da brasileira Edina Alves Batista

Estadão Conteúdo
Edina trabalhou no Mundial de Clubes, no Catar - Foto: Divulgação/CBF O ano de 2021 já está na história da arbitragem feminina de futebol. Até agora, quatro mulheres conquistaram feitos inéditos e conseguiram ser nomeadas pela primeira vez para trabalhar em competições importantes. O Mundial de Clubes da Fifa, as Eliminatórias Europeias da Copa do Mundo e até o Campeonato Inglês admitiram a presença delas.



A lista dessas mulheres pioneiras tem a presença da brasileira Edina Alves Batista. A paranaense de Goioerê comemorou neste início de ano dois feitos. O primeiro foi a oportunidade de trabalhar no Mundial de Clubes, no Catar, e depois a honra de apitar o dérbi entre Palmeiras e Corinthians. Na última semana, quem entrou para história foram a francesa Stéphanie Frappart e a ucraniana Kateryna Monzul. Elas se tornaram as primeiras mulheres a trabalhar em jogos masculinos de Eliminatórias de Copa.

Nesta segunda-feira será a vez da inglesa Rebecca Welch comemorar. Aos 37 anos, ela será a primeira mulher a apitar uma partida do Campeonato Inglês. Pela quarta divisão, a árbitra estará no comando do encontro entre Harrogate Town e Port Vale. Para Rebecca, significa um prêmio para quem há dez anos largou do trabalho em cargo administrativo no serviço de saúde britânico para se tornar árbitra profissional de futebol.

"Até anos atrás, nós, mulheres, não tínhamos muitos exemplos femininos de arbitragem para seguir. Agora, temos visto vários nomes de qualidade na arbitragem e até em torneios internacionais", disse Rebecca em entrevista divulgada pela organização da liga inglesa. "Acho que é importante que as pessoas que têm a felicidade de estar na minha posição possam mostrar às outras que isso pode ser feito", comentou.



Além dela, na Inglaterra há um time de outras árbitras prestes a ganhar oportunidade de trabalhar em competições masculina. Na elite do futebol local algumas delas trabalham no papel de quarto ou quinto árbitro. Rebecca diz não se importar em estrear em um jogo de quarta divisão e garante que um dia pretende trabalhar em partidas da elite. "Não se pode tratar de forma diferente uma final de campeonato ou um jogo das categorias de base. Assim que o árbitro entra em campo, tem de estar focado no que vai fazer", explicou.

Nos últimos dias, Rebecca passou a estudar os times que estão envolvidos no jogo em que vai trabalhar nesta segunda. A árbitra pesquisou os possíveis titulares para observar características técnicas e se concentrou bastante em detalhes do posicionamento nas bolas paradas. Acostumada a trabalhar no futebol feminino, Rebecca afirmou que partidas masculinas são mais difíceis por causa da velocidade.

Quem se orgulha da presença cada vez mais das mulheres no apito é a própria Fifa, entidade máxima do futebol. "A Fifa continuará a defender o desenvolvimento da arbitragem feminina e estou confiante de que a nomeação de árbitras para os jogos masculinos será absolutamente comum no futuro", disse o diretor do Comitê de Arbitragem, o italiano Pierluigi Collina.



O próximo passo será ter árbitras mulheres na Copa do Mundo de 2022, no Catar. Na última semana as rodadas de Eliminatórias na Europa registraram dois feitos inéditos. Pela primeira vez a Uefa nomeou mulheres para dirigirem jogos. O encontro entre Holanda e Letônia foi apitado pela francesa Stéphanie Frappart. No dia seguinte, foi vez da ucraniana Kateryna Monzul comandar a partida entre Áustria e Ilhas Faroé. Não por acaso, as duas foram também as responsáveis por comandarem as duas últimas finais do Mundial Feminino.

A francesa Stéphanie acumula também outros feitos na carreira. Foi ela a primeira mulher a apitar jogos da Liga dos Campeões e da Supercopa Europeia. Membro do quadro da Fifa desde 2009, Stéphanie acumula também uma longa experiência em jogos do futebol francês.

Em entrevista ao Estadão no início deste ano, a brasileira Edina Batista afirma que a arbitragem vive uma transição importante. A aposta dela é que em um futuro próximo não haverá divisão entre homens e mulheres nessa função. "Está chegando a hora de nós, os árbitros, não sermos mais tratados por gênero, mas sim por capacidade. Tudo está indo por esse caminho agora", disse. "A divisão por gênero tem de acabar. Tudo tem de ser pela competência", afirmou.