O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, fez um pedido ao presidente da Fifa, Gianni Infantino. Nesta terça-feira, durante a 74ª assembleia ordinária da entidade que comanda o futebol na América do Sul, o paraguaio pediu que a Fifa proteja as federações sul-americanas e ajude a preservar a disputa das Eliminatórias para a Copa do Mundo do Catar, em 2022
"Não é que a Conmebol queira que as Eliminatórias sejam disputadas nas datas pré-determinadas. Pedimos ao presidente Infantino e à Fifa que continuem trabalhando duro para proteger nossas associações e nosso futebol", disse Domínguez, durante o evento, realizado em formato virtual.
Em resposta, Infantino assegurou que seu objetivo é melhorar os interesses das associações continentais em relação ao calendário internacional em meio à pandemia do coronavírus.
"Todos esperamos que agora, com a vacina, o mundo vá melhorando dia a dia, para que possamos voltar ao normal, mas ao mesmo tempo teremos que continuar conversando, continuar debatendo muitos problemas", pontuou Infantino.
Uma das consequências da pandemia no futebol sul-americano foi o adiamento da rodada dupla de março das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, no Catar. Os jogos foram suspensos diante da impossibilidade de as seleções convocarem jogadores que atuam na Europa devido a restrições sanitárias ou a recusa de seus clubes em meio ao agravamento da pandemia, especialmente no Brasil, que tem batido recordes diários de infecções e casos.
"Um dos problemas é o futuro do calendário internacional que vamos ter que discutir nos próximos meses e no próximo ano. E é claro que um continente com tradições tão históricas como a América do Sul terá um papel importante", afirmou o dirigente suíço.
No entanto, ele adiantou que a discussão não será fácil, já a defesa dos interesses esportivos "é a batalha diária de um presidente da federação, um presidente da confederação e o presidente da Fifa".
Por sua vez, o presidente da Conmebol, o paraguaio Alejandro Domínguez, declarou em sua participação no congresso que, embora a pandemia tenha afetado a todos, está trabalhando em conjunto para encontrar uma saída diante da resistência dos clubes europeus em liberar seus jogadores para as Eliminatórias na América do Sul.
O dirigente paraguaio, que no início do encontro pediu aplausos em "homenagem a todos os que já não estão aqui", com especial destaque para Diego Maradona, apresentou o balanço financeiro da Conmebol e divulgou o relatório anual das auditorias interna e externa sobre as finanças, detalhando a situação patrimonial, receitas e despesas e evolução do patrimônio líquido da entidade
"Somos a única Confederação do mundo que manteve o formato da disputa das Eliminatórias e é porque aderimos ao lema 'regras claras' e isso porque entendemos que a definição das partidas é feita no campo de jogo", salientou.
O mandatário da Conmebol enalteceu o protocolo sanitário escolhido para retomar os torneios sul-americanos, que segundo ele, é "o mais eficaz do que qualquer uma das melhores vacinas que estão sendo aplicadas hoje para combater a pandemia apesar do tempo que tivemos de fazer."
Domínguez insistiu que a bolha sanitária aprovada pelos 10 países-membros "foi tremendamente eficaz". "Tínhamos 38 mil testes, com nível de eficácia de 99%. Havia infectados, mas isso não ultrapassava 1%", garantiu.
Em sua declaração no evento, o presidente da Fifa afirmou que também deve ser debatido o desenvolvimento das competições juvenis e do futebol feminino a partir da experiência
Sul-americana. "Em breve, temos muito o que conversar, conto muito com o apoio e a experiência da América do Sul para nos ajudar", ressaltou Infantino.
A entidade também prestou homenagem ao Palmeiras, campeão da Copa Libertadores, e ao argentino Defensa y Justicia, vencedor da Copa Sul-Americana. No Congresso, o colombiano Ramón Jesurún foi reeleito representante da Conmebol perante a Fifa.
Jesurún se junta a Alejandro Domínguez, Fernando Sarney, que é o representante brasileiro, Mara Sol Muñoz, do Equador, e Ignacio Alonso, do Uruguai. "Espero que muito em breve nos encontremos novamente em campo, para nos abraçarmos", disse o presidente da Conmebol ao final de seu discurso.