A FIFPro, o sindicato global de jogadores, demonstrou estar preocupado com os jogos das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022, que passarão a ocorrer a partir do mês que vem. As altas taxas de contaminação por COVID-19 no continente, principalmente no Brasil, ligaram um sinal de alerta na entidade em relação às dificuldades de viagens para atletas que atuam na Europa.
O secretário-geral do FIFPro, Jonas Baer-Hoffmann, disse que os jogadores deveriam ter permissão para decidir se querem jogar sem medo de sanções. "Os jogadores precisam ser capazes de tomar decisões livremente", afirmou. "É uma região fortemente infectada pela pandemia e há certas restrições e alertas de viagem relacionadas à covid-19".
A Ásia e a Concacaf (Confederação da América do Norte e Central e do Caribe) adiaram as Eliminatórias para março de 2021, mas a América do Sul seguirá com as duas primeiras rodadas de jogos em outubro.
As fronteiras estão fechadas em vários países - onde as exceções teriam que ser acordadas com os governos para a entrada das equipes - e há altos índices de infecções na América do Sul. Os principais jogadores sul-americanos atuam na Europa como o argentino Lionel Messi, o brasileiro Neymar e o uruguaio Luis Suárez.
"Não vou sugerir que todos os jogadores não estejam dispostos a atuar, mas é claro que há jogadores que estão preocupados com isso", comentou Baer-Hoffmann. "Estamos preocupados que os jogadores possam estar em uma situação em que a proteção da saúde deles e de suas famílias entre em rota de colisão (com os compromissos das seleções)", completou.
Baer-Hoffmann destacou que a maioria dos jogadores teria que viajar da Europa, América do Norte ou Ásia e pode enfrentar até 14 dias de quarentena ao retornar às suas bases.