"Deveria ter ignorado? Não sei ainda... Hoje com a cabeça fria respondo que sim. Mas oportunamente eu e meus companheiros pedimos ajuda aos árbitros e fomos ignorados. Esse é o ponto!", escreveu o jogador. Neymar publicou a mesma mensagem também em inglês, além de ter colocado na sua página no Instagram diversos recados de apoio e também de repercussão sobre o incidente.
Durante a discussão com o espanhol, Neymar acabou expulso. "Achei que poderia sair sem fazer nada porque percebi que os responsáveis não fariam nada. Não percebiam ou ignoravam. Durante o jogo queria dar a resposta como sempre, jogando futebol. Os fatos mostram que não consegui. Me revoltei", escreveu o jogador, que conta ter refletido bastante sobre o episódio.
O camisa 10 afirmou que no futebol os insultos fazem parte das provocações, porém tudo tem limite. "No nosso esporte, as agressões, insultos, palavrões são do jogo, da disputa. Não dá para ser carinhoso. Entendo esse cara (Álvaro González) em parte Faz parte do jogo. Mas o preconceito e a intolerância são inaceitáveis", comentou Neymar.
No recado, o brasileiro cobrou mais participação da arbitragem para coibir casos de racismo. "Eu sou negro, filho de negro, neto e bisneto de negro. Tenho orgulho e não me vejo diferente de ninguém. Ontem (domingo) eu queria que os responsáveis pelo jogo (árbitro, auxiliares) se posicionassem de modo imparcial e entendessem que não cabe tal atitude preconceituosa", afirmou.
O desabafo de Neymar nesta segunda-feira:
O desabafo de Neymar nesta segunda-feira:
"Ontem me revoltei, fui punido com vermelho porque quis dar um cascudo em quem me ofendeu. Achei que não poderia sair sem fazer nada porque percebi que os responsáveis não fariam nada, não percebiam ou ignoravam. Durante o jogo, queria dar a resposta como sempre, jogando futebol. Os fatos mostram que não consegui, me revoltei.
No nosso esporte, as agressões, insultos, palavrões são do jogo, da disputa. Não dá para ser carinhoso. Entendo esse cara em parte. Faz parte do jogo. Mas o preconceito e a intolerância são inaceitáveis. Eu sou negro, filho de negro, neto e bisneto de negro. Tenho orgulho e não me vejo diferente de ninguém. Ontem eu queria que os responsáveis pelo jogo (árbitro, auxiliares) se posicionassem de modo imparcial e entendessem que não cabe tal atitude preconceituosa.
Refletindo e vendo tanta manifestação quanto ao que ocorreu, fico triste pelo sentimento de ódio que podemos provocar quando no calor do momento nos revoltamos. Deveria ter ignorado? Não sei ainda... Hoje com a cabeça fria respondo que sim, mas oportunamente eu e meus companheiros pedimos ajuda aos árbitros e fomos ignorados. Esse é o ponto!
Nós que estamos envolvidos no entretenimento precisamos refletir. Uma ação levou a uma reação e chegou onde chegou. Aceito minha punição porque deveria ter seguido no caminho da disputa limpa do futebol. Espero, por outro lado, que o defensor também seja punido.
O racismo existe, mas temos que dar um basta. Não cabe mais, chega! O cara foi um tolo, eu também fui por me deixar ser atingido... Eu ainda hoje tenho o privilégio de me manter com a cabeça levantada, mas todos nós precisamos refletir que nem todos os pretos e brancos podem estar na mesma condição. O dano do confronto pode ser desastroso para ambos os lados, quer seja preto ou branco. Não quero e não podemos misturar assuntos. Cor de pele não há escolha. Perante Deus somos todos iguais.
Agora... Ontem perdi no jogo e me faltou sabedoria... Estar no centro dessa situação ou ignorar um ato racista não vai ajudar, eu sei. Mas pacificar esse movimento "antirracismo" é obrigação nossa para que o menos privilegiado receba naturalmente sua defesa. Vamos nos encontrar novamente e vai ser do meu jeito, jogando futebol... Fica na paz! Fica em paz! Você sabe o que falou... Eu sei o que fiz! Mais amor ao mundo!"