O ídolo de Vasco, Sport e Lyon comentou sobre o racismo existente no Brasil e comparou as situações vividas no país com a morte de George Floyd nos Estados Unidos, segurança negro assassinado por um policial. O ex-atleta afirmou que, em território brasileiro, há “milhares de George Floyds” e relembrou os recentes assassinatos de jovens negros no Rio de Janeiro.
“Como foi possível uma criança de oito anos ser baleada pela polícia como aconteceu no ano passado no Complexo do Alemão? Como é possível viver depois disso? Inacreditável. Há milhares de George Floyds no Brasil e milhares de outros que sofreram em silêncio o que nós nem sabemos. É desumano dizer que não temos George Floyds no Brasil. Os assassinatos acontecem todos os dias”, conta Juninho, relembrando a morte de Ágatha Félix, de oito anos, assassinada em dezembro do ano passado no Complexo do Alemão.
Rejeição a Bolsonaro
Adepto da esquerda, Juninho comentou sobre a tensão vivida durante o período de eleições presidenciais no Brasil, em 2018. O ex-jogador revelou ter parado de conversar com “80 ou 90% da família e dos amigos” que demonstraram apoio a Jair Bolsonaro. Para Juninho, muitos eleitores do atual presidente se arrependeram do voto.
“Bolsonaro é um filhote do WhatsApp e das fake news. As pessoas que apoiavam Bolsonaro eram maioria e foi minha decisão me afastar delas. Eu sei que alguns deles estão se arrependendo dessa decisão agora. Eles achavam que Bolsonaro era a única opção”, opina.
Brasil na contramão mundial ao lidar com a pandemia
Juninho Pernambucano criticou a forma com que o Brasil tem lidado com a pandemia do novo coronavírus. Para o ex-atleta, o país deveria ter adotado o lockdown para evitar o alto índice de contágio da doença.
“Sinto tristeza profunda. Desespero. Estamos fazendo tudo errado, indo contra tudo aquilo que o resto do mundo tem feito. Eu sou brasileiro, sei que somos um país pobre e nosso povo precisa trabalhar, mas é uma questão de saúde. Se nós tivéssemos adotado o lockdown, nós poderíamos estar perto de uma solução para isso, mas não… é desesperador ver nosso país agora”, lamenta Juninho.
O Brasil registra mais de 1 milhão e meio de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e mais de 67 mil mortes.