Yves Jean Bart negou categoricamente as alegações de agressão sexual que ele teria cometido contra jovens atletas nos últimos cinco anos nas instalações que a Federação Haitiana tem nos arredores de Porto Príncipe.
“De acordo com os artigos 84 e 85 do Código de Ética da Fifa, a câmara de investigação do Comitê de Ética Independente suspendeu provisoriamente o Sr. Yves Jean-Bart, presidente da Federação Haitiana de Futebol (FHF), de todas as atividades relacionadas ao futebol, nacional e internacionalmente, por um período de 90 dias”, anunciou a Fifa em comunicado.
“Esta sanção foi imposta no âmbito das investigações em andamento contra Jean-Bart”, acrescentou a Fifa, especificando que a sanção entra em vigor imediatamente.
As alegações vêm de um relatório do The Guardian, no qual as supostas vítimas e suas famílias disseram que Jean-Bart, de 73 anos, as estuprou ou agrediu sexualmente nos últimos cinco anos.
Várias das supostas vítimas, que alegaram terem sido pressionadas a permanecer caladas, disseram ao jornal britânico que pelo menos duas menores foram forçadas a abortar para acobertar os estupros.
A polícia haitiana iniciou uma investigação sobre as acusações, reveladas pela primeira vez no final do mês passado, e um juiz já chamou vários funcionários da federação para interrogatório.
O dirigente comandou a federação de futebol do país ao longo de duas décadas e sua reeleição em fevereiro para o sexto mandato foi uma mera formalidade, já que concorreu sem adversários.
“Achamos que a decisão da Fifa é boa, pois percebemos que Yves Jean-Bart e seu cartel podem ofuscar qualquer investigação judicial”, disse Marie-Rosy Auguste Ducena, da Rede Nacional de Direitos Humanos, uma entidade que denuncia o silêncio no meio esportivo.
A AFP tentou entrar em contato com Jean-Bart para que se manifestasse sobre o anúncio da Fifa mas não obteve um retorno.