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Coronavírus: indústria global esportiva deve render 45,5% a menos que o previsto em 2020

Estudo feito por agência de marketing esportivo Two Circles estima queda de rendimento de US$ 135,3 para US$ 73,7 bilhões em 2020

Estadão Conteúdo
Premier League trabalha diretamente com agência de marketing Two Circles - Foto: Premier League/Divulgação
Eventos esportivos do mundo todo estão em hiato desde aproximadamente a metade de março, mas ainda que os números de casos sejam reduzidos, o impacto da pandemia do novo coronavírus no setor será sentido por algum tempo. Pesquisa aponta que apenas 53% das principais programações esportivas para 2020 provavelmente ocorrerão neste ano.



Segundo um estudo feito pela agência de marketing esportivo norte-americana Two Circles, somente 26.424 atividades esportivas serão concluídas até o fim de 2020, com a possibilidade de que mais sejam canceladas conforme a COVID-19 se espalhar globalmente. Antes havia aproximadamente 48.803 eventos esportivos agendados para este ano - levando em conta aqueles considerados profissionais e competitivos com uma participação projetada de pelo menos 5 mil pessoas.

Devido à interrupção abrupta, a indústria global esportiva irá render apenas R$ 392 bilhões (US$ 73,7 bilhões) em receitas em 2020. Isso representa cerca de R$ 328 bilhões (US$ 61,6 bilhões) a menos do projetado antes da pandemia da covid-19 - cerca de 45,5%. Para efeitos de comparação, em 2019, este mesmo setor da indústria gerou R$ 686 bilhões (US$ 129 bilhões) em receita e estava prevendo um crescimento em 4,9% ano a ano.

As projeções de receita, de acordo com a agência, são receitas acumuladas geradas por donos de direitos esportivos profissionais por meio de seus negócios durante o dia do evento e pela venda de direitos de transmissão e patrocínios.



Apesar do cenário bastante desfavorável, um dos responsáveis pela Two Circles se mostrou confiante numa recuperação do setor. "Comparado à maioria das outras indústrias, nos últimos tempos de adversidade econômica, o esporte provou ser resistente à recessão", disse em comunicado Gareth Balch, CEO da agência que fez o levantamento.

"Embora o esporte ao vivo esteja interrompido, todos os cantos da indústria do esporte continuarão sentindo essa dor financeira significativa, mas estamos certos de que ele retornará, seja a portas fechadas ou com casas cheias, a economia esportiva prosperará mais uma vez", afirmou Balch.

Alguns países parecem acenar com a possibilidade da volta de alguns eventos esportivos, como o futebol, a modalidade mais popular do planeta. O Campeonato Alemão, por exemplo, já começou o retorno aos treinamentos aos poucos e a previsão é a volta da competição em maio, mesmo que seja com os portões fechados e sem público presente. Países como Coreia do Sul e Austrália são outros que estudam a volta dos torneios sem torcedores, pois os números de casos de coronavírus continuem diminuindo.



A agência Two Circles trabalha diretamente com mais de 300 organização esportivas ao redor do mundo, incluindo a Premier League (responsável pelo Campeonato Inglês), a Liga de Futebol Profissional (que organiza o Campeonato Francês) e o torneio de Wimbledon.