Um tribunal de apelação rejeitou nesta sexta-feira recurso apresentado no dia anterior pelos advogados de Ronaldinho Gaúcho e o seu irmão, Assis, para que ambos fossem transferidos para prisão domiciliar. Os brasileiros estão detidos há uma semana em um presídio de segurança máxima em Assunção, capital do Paraguai, após entrarem no país com passaportes falsos.
Para justificar a permanência de Ronaldinho e o irmão na cadeia, o júri argumentou que há risco de fuga. Outro ponto questionado foi o fato de a defesa ter apresentado como garantia um imóvel sem relação direta com os brasileiros.
Não foi revelado o endereço da casa que serviria como prisão domiciliar para Ronaldinho e Assis. Especula-se que o imóvel, avaliado em US$ 770 mil dólares (cerca de R$ 4 milhões), seja de propriedade de amigos dos advogados e fique na cidade de Lambaré, nos arredores de Assunção.
A decisão desta sexta-feira representa mais uma derrota para os brasileiros na Justiça paraguaia. Na terça-feira, o juiz Gustavo Amarilla já havia decidido manter a prisão preventiva de Ronaldinho e seu irmão. O magistrado determinou que eles precisavam permanecer detidos durante a investigação - o inquérito pode durar até seis meses para ser concluído, de acordo com as leis paraguaias.
Busca e apreensão
Na manhã desta sexta-feira, promotores fizeram buscas na casa da empresária Dalia López, responsável por negociar a viagem dos irmãos a Assunção. Ela está foragida. Os investigadores também foram à sede da empresa Permanent Holding, da qual a empresária é acionista. Dalia é acusada de liderar uma quadrilha formada por empresários e servidores públicos que produz documentos ilegais.
Nos dois locais, foram encontrados documentos, agendas, gravações do circuito interno de segurança, produtos eletrônicos, bolas com imagem e autógrafo de Ronaldinho e um cofre. O material será analisado pelos promotores.