Um juiz paraguaio decidiu nesta sexta-feira rejeitar o pedido do Ministério Público para não abrir processo contra o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Assis. Ambos continuarão sendo investigados no Paraguai por usar documentos falsos. Até o momento, não há mandado de prisão contra eles, que podem deixar o país se quiserem.
Depois de quase oito horas de audiência, Mirko Valinotti, juiz criminal de Garantias de Assunção, anunciou sua decisão sobre a situação processual de Ronaldinho e seu irmão. Pouco antes das 20 horas, o magistrado anunciou que havia decidido rejeitar o pedido apresentado pelo Ministério Público.
Valinotti decidiu que Ronaldinho e seu irmão continuariam sendo investigados no caso de produção de documentos falsos. Os promotores Federico Delfino e Alicia Sapriza, encarregados de investigar o suposto uso de documentos de conteúdo falso, solicitaram uma saída processual, considerando que os irmãos não estavam diretamente envolvidos no caso, mas o juiz decidiu deixá-los nas mãos da Procuradoria-Geral. Agora, será a procuradora-geral Sandra Quiñónez quem determinará se aceita ou não o que foi solicitado pelos promotores.
"Isso implica a remessa à Procuradoria-Geral do Estado para ratificar ou retificar o pedido do promotor", disse Valinotti sobre o significado de sua resolução. O magistrado afirmou ainda que Ronaldinho e o irmão poderiam deixar o país se quisessem, pois nem sequer são acusados e não há medidas cautelares contra eles.
Ronaldinho e o irmão deixaram o tribunal de Assunção, localizado no bairro da Saxônia, a poucos quarteirões do estádio Defensores del Chaco, sem dar declarações à imprensa. Eles estavam acompanhados de advogados, que também evitaram contato com os jornalistas. À noite, veio a informação de que Ronaldinho e o irmão estariam a caminho do aeroporto para tentar deixar o país
Na manhã desta sexta-feira, o promotor Delfino chegou a declarar que os investigadores detectaram que o pedido de naturalização paraguaia de Ronaldinho e o irmão foi registrado no Departamento de Migração. O ex-jogador e seu irmão disseram que não solicitaram esse procedimento e o Ministério Público, então, anunciará que investigará um possível esquema de falsificação de documentos que envolve funcionários públicos e pessoas do setor privado.