O advogado encarregado de representar Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Roberto de Assis Moreira, disse que o ex-jogador decidiu não deixar o Paraguai até que o processo judicial contra ele seja resolvido. O craque foi detido na noite de quarta-feira em Assunção com documentos falsos.
Ronaldinho prestou depoimento ao Ministério Público do Paraguai por várias horas na tarde desta quinta-feira. Depois de horas testemunhando diante do promotor Federico Delfino, ele e seu irmão embarcaram rapidamente em uma van que os esperava em frente à sede do Ministério Público em Assunção, capital do Paraguai.
O advogado Adolfo Marín alegou que Ronaldinho e seu irmão não estão impedidos de deixar o Paraguai, mas que o jogador decidiu se submeter ao Ministério Público e não retornará ao Brasil até que o caso seja resolvido. Marín disse ainda que Ronaldinho e seu irmão receberam os cartões de identidade e os passaportes paraguaios do empresário Wilmondes Sousa Lira no Brasil. "Não me lembro da data, mas cerca de 20 a 30 dias atrás", afirmou o advogado. Sousa Lira foi preso na quarta-feira à noite.
Marín insistiu várias vezes que Ronaldinho não usaria o cartão de identidade e passaporte paraguaio "porque não precisa deles". "Eles têm seus documentos atuais sem restrições. Quando ele (Ronaldinho) chegou no meio da multidão no aeroporto, uma pessoa identificada pediu seu passaporte, ele entregou e depois o que todo mundo sabe o que aconteceu", afirmou. "Ronaldinho não solicitou e não administrou esses documentos. Ele os recebeu enquanto estava em casa e não forneceu nenhuma informação ou fotografia para a preparação dos documentos", acrescentou.
Ronaldinho, seu irmão e Sousa Lira foram detidos na noite de quarta-feira em luxuoso hotel nos arredores de Assunção, onde estavam hospedados, depois de a Diretoria de Migração detectar irregularidades nos documentos apresentados pelo ex-jogador de futebol e seu irmão. Ronaldinho tinha passaporte e carteira de identidade do Paraguai. No documento de identidade, ele era o número de cidadão 3.122.656 do Paraguai, como uma nacionalidade que havia sido listado como "paraguaio naturalizado".