A polêmica envolvendo o atacante Mario Balotelli, do Brescia, que no último dia 3 protestou contra atos racistas da torcida do Verona ao parar o jogo e chutar a bola em direção à arquibancada, ainda repercute na Itália. Nesta segunda-feira, no primeiro dia de treinamentos da seleção italiana para partidas contra Bósnia-Herzegovina e Armênia, pelas Eliminatórias da Eurocopa de 2020, o técnico Roberto Mancini afirmou que o jogador tem que ser convocado por seus méritos, não só pela cor da pele.
A decisão de Mancini surpreendeu a todos. Até Gabriele Gavina, presidente da Federação Italiana de Futebol (FIGC, na sigla em italiano), acreditava que Balotelli seria chamado como uma forma de dar uma resposta aos casos de racismo.
"Futebol e o esporte devem se unir, não destruir. Estamos em 2019 e ainda estamos falando sobre a cor da pele", disse Mancini, em entrevista coletiva. "Desejo a Mario nada além do que o bem dele, ainda tem idade para fazer muito (pela Seleção). Mas se ele deve ser lembrado, será porque ele está indo bem e pode ajudar a equipe nacional", prosseguiu.
"Você pode pensar como o presidente (Gavina) disse, mas precisa entender que, se Balotelli tem outra chance será porque ele merece isso de um ponto de vista técnico", completou o técnico, que lançou o atacante na Inter de Milão e o comandou também no Manchester City.
Balotelli, de 29 anos, marcou dois gols em sete jogos nesta temporada desde que foi contratado pelo Brescia, clube de sua cidade natal que voltou à Série A. No entanto, o time não faz boa campanha e ocupa a lanterna (20.ª colocação) do Campeonato Italiano, com sete pontos após 11 partidas.