O Ministério Público de São Paulo denunciou nesta terça-feira Najila Trindade por acusação caluniosa e extorsão no caso Neymar. A modelo havia acusado o atacante de agressão e estupro durante um encontro em Paris, na França, em 15 de maio. Com a denúncia do MP-SP, o próximo passo é a Justiça avaliar a abertura de um processo contra Najila.
No último dia 10, a Polícia Civil de São Paulo já havia indiciado a modelo pelos crimes de denunciação caluniosa, fraude processual e extorsão. Além disso, o ex-marido da modelo, Estivens Alves, foi denunciado por fraude processual e divulgação de conteúdo erótico.
A investigação do caso já havia sido arquivada no dia 8 de agosto pela juíza Ana Paula Gomes Galvão da Vara da Região Sul 2 de Violência Doméstica Familiar. A delegada Juliana Lopes Bussacos, da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, de Santo Amaro, afirmou não ter encontrado provas para indiciar Neymar na investigação. A delegada informou que não poderia oferecer detalhes da decisão, pois o inquérito corre sob segredo de justiça. A defesa de Najila tentou a reabertura do caso, mas o pedido foi negado.
Outras duas investigações estavam em curso a partir do suposto estupro. Uma delas, solicitada pela defesa de Neymar, alegou denunciação caluniosa e extorsão de Najila. O indiciamento da modelo ocorreu nesta peça de investigação. Denunciação caluniosa é um crime previsto no Código Penal na qual a pessoa acusa outra e mobiliza o Estado, fazendo com que se instaure investigação policial. O outro inquérito foi aberto pelos delegados para apurar o desaparecimento de objetos eletrônicos da casa da modelo.
No dia 11 de setembro, Najila compareceu à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) do Rio de Janeiro para prestar depoimento sobre um inquérito em que Neymar é acusado de divulgar imagens íntimas dela na internet. A modelo disse estar "devastada".
"Já conseguiram provar que eu não fui violentada nem nada, mas não conseguiram indiciar ele por esse crime que ele fez. Ele está trabalhando igual no futebol: driblando e caindo", ironizou "É um crime óbvio que ele cometeu na frente de todos, esse crime de exposição, para me humilhar. Eu não autorizei nada e jamais imaginei que ele (Neymar) fosse capaz de fazer isso", concluiu.
ENTENDA O CASO
As investigações sobre o suposto estupro de Neymar sobre Najila começaram em 31 de maio. A modelo chegou à 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, e foi ao Hospital Pérola Byington, onde realizou exame de corpo de delito. A modelo relatou que o atacante estava alterado, fez sexo contra a vontade dela, sem usar camisinha. O atacante negou o estupro, disse que usou preservativo e o jogou no vaso sanitário.
A promotora Flávia Merlini afirmou que os laudos do Instituto Médico Legal (IML) não constataram nenhum sinal de violência em Najila. A única lesão identificada foi no dedo, ocorrida no dia seguinte ao suposto estupro, quando a modelo brigou com Neymar no quarto do hotel.
No dia seguinte, Neymar esteve no mesmo quarto e foi agredido por Najila. A modelo gravou o encontro e alegou que buscava uma prova de que se encontrara com o atleta. O vídeo tem cerca de 60 segundos. A modelo afirmou que gravou todo o encontro, mas o vídeo teria sido furtado juntamente com seu tablet. As imagens nunca foram mostradas aos investigadores.
Em 1º de junho, um dia depois que Najila fez a acusação, Neymar divulgou um vídeo para se defender contendo imagens íntimas da modelo. Como o vídeo foi publicado enquanto o jogador estava em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, treinando com a seleção brasileira para a Copa América, coube à Polícia Civil do Rio investigar esse suposto crime.