O técnico alemão Thomas Tuchel disse, em entrevista coletiva neste sábado, que ainda é "cedo demais" para Neymar voltar aos gramados. Ele participou do aquecimento com o restante do elenco. Na maior parte do exercício, se cercou dos brasileiros, especialmente o zagueiro Thiago Silva, e, em alguns momentos, brincou com Mbappé.
Oficialmente, o clube francês informa que o brasileiro tem treinado separado do grupo porque segue um cronograma individual para se recuperar plenamente da lesão no quinto metatarso do pé direito que o tirou da Copa América.
No entanto, para além da condição física do jogador, há o desejo do craque brasileiro de deixar o PSG. Barcelona e Real Madrid têm interesse em contratar o jogador, que custou 222 milhões de euros (cerca de R$ 822 milhões à época) ao clube francês em agosto de 2017, na maior transação da história do futebol mundial.
Tuchel admitiu que ainda não há uma definição sobre o destino de Neymar, mas reiterou a vontade de contar com o atacante e disse que a equipe francesa se fortalece com a presença do camisa 10 em campo.
"Ele é meu jogador, e está no meu vestiário. Quando penso em uma equipe forte, penso em uma equipe com o Ney. Mas o Ney em um estado de espírito bom, agressivo, correndo, driblando, livre e totalmente em forma. Se eu penso em uma equipe do PSG forte, eu penso em uma equipe com o Ney, sempre", disse. "Nossa relação é a mesma porque é algo dele com o clube. Se ele não encontrar solução, ele fica aqui com a gente. Ele tem contrato aqui de 3 anos. E nada mudou", completou o treinador.
O desejo do técnico de contar com Neymar não é o mesmo de parte da torcida. Na estreia do time francês diante do Nimes, que terminou com uma vitória tranquila por 3 a 0, alguns torcedores exibiram faixas contrárias à permanência do jogador no clube e expressaram sua raiva com cânticos contra o atacante brasileiro. Em uma das faixas, estavam os dizeres "vaza, Neymar" - em tradução livre para o português. Em outra, podiam ser lidas mensagens lembrando o episódio em que o jogador foi acusado de estupro pela modelo Najila Trindade.
"Não falei com ele, mas sei que ele é sensível. Estou convencido de que ele sabe que não é fácil entrar e convencer a todos que ele está aqui por nós, mas esse é o desafio que temos e devemos fazer juntos. Eu vou o proteger ele sempre e ao mesmo tempo vou encorajá-lo esperar ele no seu melhor nível possível", comentou Tuchel.