Andrea Agnelli, presidente da ECA e da Juventus, da Itália, afirmou que a promoção e o descenso de equipes é uma consequência "natural dentro do ambiente do futebol". O dirigente comentou sobre o assunto durante uma reunião entre membros da associação que congrega cerca de 200 clubes europeus e foi realizada em Amsterdã, na Holanda.
Atualmente, os campeões da Liga Europa garantem classificação à edição seguinte da Liga dos Campeões. Pelas reformas propostas pela ECA, os vencedores de uma terceira competição a ser lançada em 2021, e de status inferior ao das duas principais de clubes hoje no Velho Continente, também terão direito a uma vaga na Liga Europa.
"Isso é certamente algo que é lógico para um sistema aberto. Pode ser lógico internacionalmente", disse Agnelli, sinalizando que as negociações sobre este assunto serão tratadas com a Uefa nos próximos meses.
O dirigente italiano também revelou que conversas entre líderes da Uefa e da ECA começaram na semana passada e que as mesmas vão levar o órgão máximo do futebol europeu a decidir em "12 a 18 meses" sobre os novos formatos de suas competições de clubes, em reformas que seriam colocadas em prática a partir de 2024. Para promovê-las, porém, a Uefa também precisará realizar consultas com grupos que representam ligas europeias e com outros interessados que serão impactados com estas mudanças.
MUNDIAL DE CLUBES
Por questões de calendário, Agnelli também reiterou que os times europeus não estão dispostos a participar do renovado Mundial de Clubes da Fifa, cuja primeira edição em um formato recém-anunciado pela entidade máxima do futebol, deverá acontecer entre junho e julho de 2021.
"Nós não estamos dispostos a participar desta competição neste momento por causa do calendário congestionado", avisou o presidente da ECA, lembrando também que a Copa Africana de Nações e rodadas das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 também estão programadas para ocorrer neste mesmo período de disputas do Mundial.
No último dia 15, o Conselho da Fifa ignorou a forte oposição europeia e aprovou um novo formato para o Mundial de Clubes a partir de 2021. Em encontro dos dirigentes da entidade em Miami, o presidente Gianni Infantino confirmou que o torneio passará a contar com 24 equipes e será testado na edição a ser realizada daqui dois anos.
A forma atual de disputa da competição conta com a participação de sete times e o remodelado e inchado torneio substituirá no calendário do futebol o lugar da Copa das Confederações, torneio de seleções que vinha apresentando números decepcionantes de público e audiência e que deixará de ser realizada.
Ao comentar esta mudança, Agnelli chegou a ser irônico e criticou de forma indireta a Fifa ao dizer que a forma pela qual a entidade está tratando os clubes neste caso do Mundial é o mesmo que "administrar a loteria local para o Dia de Ação de Graças".
"Estamos acostumados a administrar um negócio", disse Agnelli, cuja família criou a famosa fabricante de automóveis Fiat, do qual ele é herdeiro. "Isso significa que precisamos ter uma visão completa de um projeto que nos é apresentado", alfinetou.
Entre a série de reivindicações da ECA que estão sendo discutidas com a Uefa também figura o estabelecimento de um limite máximo de jogos de clubes europeus por temporada.
Agnelli também afirmou nesta terça-feira que, nas conversas que teve com representantes da Uefa na semana passada, ainda era muito cedo para especular se o atual formato de disputa da Liga dos Campeões, com oito grupos de quatro times em cada, poderia passar a ser mudado para outro com quatro chaves de oito equipes, o que garantiria um número mínimo maior de jogos a ser realizado por cada clube..