39'| GOL WANDER LUIZ!
%u2014 MFL LIVE (@MFL_Live) 9 de março de 2019
Manakala di Ipoh, penalti Wander Luiz meletakkan The Bos Gaurus dihadapan mendahului PJ City FC ketika ini.@peraktbgmy 1-0 PJ City FC#PRKPJC#unifiLigaSuper2019#MFLLive pic.twitter.com/hnpqNSS6T6
FUTEBOL INTERNACIONAL
Jantar com elefantes e profissionalismo sul-coreano: 'cigano' da bola, meia revelado pelo Villa Nova faz sucesso na Malásia
Wander Luiz, de 31 anos, também tem passagens por Colômbia e Arábia
Matheus Muratori /Superesportes
postado em 15/03/2019 14:06 / atualizado em 15/03/2019 14:06
Natural de Lamim, cidade da Região da Zona da Mata de Minas Gerais, Wander Luiz jamais imaginou que sua carreira como jogador profissional seria de um explorador de culturas ao redor do mundo. Aos 31 anos, o meia e camisa 10 do Perak, da Malásia, vive ótimo momento no clube. Porém, antes disso, o jogador revelado pelo Villa Nova, em 2009, passou por diversos lugares, onde vivenciou experiências distintas. O Superesportes fez contato com o atleta e buscou mais informações a respeito da trajetória pouco convencional do mineiro.
Wander chegou ao Leão do Bonfim em 2005. Em 2009, foi promovido para o time profissional, onde atuou também no ano seguinte. A partir de então, sua vida começou a virar do avesso, como ele mesmo conta.
“No Villa Nova foi onde tudo começou, sou grato ao clube. Fiz minha categoria de base lá, juvenil e júnior, e logo em seguida eu subi para o profissional. Aí joguei dois Campeonatos Mineiros pelo Villa, em 2009 e 2010. Depois que meu contrato terminou no Villa, tive uma oportunidade para jogar fora do Brasil, na Tailândia. Foi onde começou toda minha trajetória no exterior. No começo não imaginaria nunca jogar em tantos países diferentes, conhecer tantas culturas, mas com o passar do tempo eu fui evoluindo, crescendo no futebol e comecei a ter mais oportunidades de trabalho”, contou.
Na terra do Muay thai, Wander atuou em 2011 e 2012, vesntindo as camisas de Buriram United, Ratchaburi, onde também teve uma passagem em 2015, e Suphanburi. Apesar de muito jovem à época, Wander gostou do país e destacou costumes diferentes, como o fato dos elefantes passearem tranquilamente pelas ruas.
“A Tailândia é um país que me chamou atenção a respeito da vida. É muito receptivo, clima muito gostoso, muito bom para viver, principalmente com a família. Inclusive, um caso muito interessante lá, que é normal para eles mas eu nunca tinha visto, é o fato dos elefantes passarem pelas ruas. Você estava jantando e tem elefantes na porta do restaurante. Isso para mim foi uma novidade enorme”.
Antes de chegar ao Perak, o "capoeirista" (conhecido assim por comemorar os gols com o gingado) ainda rodou bastante. Em 2013, ele passou pelo tradicional América de Cali, da Colômbia. No ano seguinte, transferiu-se para Atlético Huila, outro clube colombiano. Na segunda metade de 2014, o meia foi contratado pelo Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul. Ele ficou na equipe até o início de 2015, mas percebeu como os coreanos levam a vida e destacou o profissionalismo das pessoas.
“A Coreia do Sul foi o lugar mais profissional que já atuei, sem dúvidas. É um país extremamente correto a respeito do cidadão. Cumpre muito os horários, tem um regime muito centralizado, muito reto. Isso, no futebol e na vida deles, é a primeira regra. Então todos os vínculos lá foram cumpridos, sem nenhum problema”.
Depois do período no Coreia, em 2015, Wander passou por XV de Piracicaba e Ratchaburi. No ano seguinte, depois de disputar o Campeonato Mineiro pelo Tombense, teve sua primeira, mas rápida, experiência na Malásia, no Kelantan. Em 2017, o já rodado meia foi para a Arábia Saudita, jogar no Al Raed. Apesar do futebol estruturado, o atleta teve dificuldades devido ao regime fechado do país, e teve que acompanhar o nascimento do único filho pela internet.
“O momento mais difícil da família foi quando meu filho nasceu no Brasil, e eu estava na Arábia, e teriam jogos na época. Não consegui folga e tive que ver o nascimento dele pela internet, ao vivo. Mas isso tudo é um sacrifício que se faz, faço por eles e pelo melhor deles”.
Em 2018, finalmente, o meia chegou no Perak, onde está até hoje. Na primeira temporada pelo clube, ele se destacou com 16 gols, nove assistências, título da Copa da Malásia e vice-campeonato do Campeonato Malaio. Assim, a equipe garantiu vaga na Liga dos Campeões da Ásia deste ano. Em 2019, o jogador espera repetir as boas atuações.
“Vivo um momento muito bom no Perak. Somos atuais campeões da Copa da Malásia e fomos vice do Campeonato Malaio. O clube estava há 18 anos sem ganhar um título, então isso é reconhecido, não só pessoalmente como coletivamente. Em 2019 espero que possa fazer mais gols, dar mais assistências e, principalmente, possamos ganhar novamente algum título. É um clube muito bom e, desde que cheguei, em 2018, todos me acolheram muito bem”.
Neste ano, o Perak está em sétimo no Campeonato Malaio (conta com 12 clubes), com seis pontos em cinco jogos. Na Liga dos Campeões, a equipe foi eliminada pelo Ulsan Hyundai na fase anterior, a de grupos. O time ainda aguarda pelo início da Copa da Liga Malaia e da Copa da Malásia.
Wander Luiz atuou nas sete partidas do Perak nesta temporada e marcou três gols, um deles na vitória sobre o MISC-MIFA, no último sábado, por 1 a 0, em casa, pela sexta rodada do Campeonato Malaio. O jogador, com contrato até o fim deste ano com os malaios, não descarta um retorno ao Brasil.
“Meu contrato vai até o fim deste ano e às vezes penso sim em voltar ao Brasil, quem sabe encerrar minha carreira ‘em casa’. Isso, em momento algum vou descartar na minha carreira. Vamos ver como vão desenrolar as coisas”, finalizou o “cigano” do mundo do futebol.
Por que você não ficou mais tempo no Brasil?
“No Brasil, joguei três Mineiros, um Paulista, e queria até ter ficado mais tempo, mas surgiram propostas melhores fora. É uma questão de oportunidade de trabalho. Então não poderia deixar passar, principalmente pela segurança da família. Isso foi algo a mais para eu voltar ao exterior. Pois, fora do meu país, consegui crescer muito, não apenas como jogador mas como ser humano”.
Você vive um bom momento no Perak. Porém, em qual outro clube dos vários de sua carreira você destacaria sua passagem?
“Outra fase muito boa que tive na minha carreira foi no América de Cali, da Colômbia, onde fiz vários gols na temporada. O futebol lá é muito bom”.
Você vive com sua família fora do Brasil? Como organiza essa dinâmica?
“Tem quatro anos que formei minha família, que estamos juntos. Nos primeiros anos vivi sozinho, mas via necessidade de ter uma família, alguém do lado, principalmente no exterior. Agora, com filho pequeno, está muito agradável ver o crescimento dele a cada dia, e eu ajudando com isso. É muito gratificante. Eles ficaram e estão comigo nesta jornada”.
Tags: malaiofut tombensemg villanovamg futnacional futinternacional interiormg