"Não vou dizer que a Conmebol é hoje uma organização profissional, mas eu assumi uma entidade que dirigia como se fosse um negócio pessoal, de duas ou três pessoas. Eu estou tentando proteger a organização e as pessoas da organização. É preciso que haja uma mudança interna para que isso gere mais qualidade de trabalho", disse em entrevista ao Sportv.
A declaração foi dada após ser questionado sobre os problemas enfrentados na final da Libertadores deste ano. No jogo de volta da decisão, torcedores do River Plate apedrejaram o ônibus do Boca Juniors na chegada ao estádio Monumental de Nuñez. A partida foi adiada por duas vezes e a Conmebol demorou para tomar uma decisão - no fim das contas, optou-se por levar o jogo a Madri, onde o River se sagrou campeão.
Ao tentar ampliar a questão da violência no futebol, o mandatário citou a falta de qualidade e de segurança dos estádios. O Brasil, segundo Domínguez, é uma exceção nesse quesito. "Temos de fazer com que o dinheiro chegue de forma que a gente possa exigir de todos os participantes outra posição", comentou.
O presidente da Conmebol acredita que a entidade está fazendo a parte dela para essa evolução e citou alguns números. "Estamos mais do que dobrando as receitas para os clubes. Em 2015, a gente repartia creio que US$ 75 milhões (R$ 280 milhões). A partir de agora, vamos distribuir US$ 211 milhões (R$ 793 milhões). Podemos multiplicar por três de 2015 para 2019", disse.
"Para isso também é importante exigir profissionalismo dos clubes, que os clubes paguem em dia. Por isso é importante o licenciamento dos clubes. O licenciamento vai fazer com que a organização possa cobrar um nível mais equilibrado, por exemplo que o gramado seja bom", prosseguiu.
CALENDÁRIO
Domínguez está no Rio de Janeiro para o sorteio dos grupos da Copa América. A definição das chaves da competição acontecerá nesta quinta-feira, a partir das 20h30 (de Brasília). "Hoje vamos ter uma reunião do conselho, mas não vamos tentar debater apenas o sorteio. Vamos definir as datas iniciais para que a gente possa explicar como tudo será a partir do ano que vem, o que vai permitir que a gente arrume muitas coisas que estejam confusas em relação ao calendário europeu", informou.
A prioridade inicial é adequar o calendário com a próxima Copa do Mundo. Por causa do calor no Catar em julho, a competição acontecerá em novembro. "Vamos propor que a gente comece as eliminatórias em março do próximo ano."
Outra novidade deverá ser a mudança na disputa da Copa América, que passará a acontecer a cada quatro anos e não a cada dois, como é atualmente. "A partir de 2020 a Copa América deve ser disputada em anos pares e de quatro em quatro anos. Para que a gente aproveite melhor nossos jogadores que estão na Europa, para que a gente equilibre os calendários de Conmebol e Uefa", revelou.