Daniel Fonseca (esquerda), atuando pelo Como, em uma disputa com o meia Pirlo, durante o Campeonato Italiano de 2002 - Foto: LUCA BRUNO/AFPO empresário uruguaio Daniel Fonseca, representante de Arrascaeta se tornou desafeto da diretoria do Cruzeiro no início da temporada 2019. O agente foi acusado pelos dirigentes celestes de ser o responsável pela não reapresentação do meia uruguaio na Toca da Raposa 2, na tentativa de ‘forçar’ a transferência de Arrascaeta para o Flamengo.

Daniel Fonseca também é empresário do goleiro Muslera (Galatasaray-TUR) e do lateral-direito Martín Cáceres (Lazio-ITA). Fonseca também chegou a trabalhar como representante das estrelas uruguaias Luís Suárez (Barcelona-ESP) e Edinson Cavani (Paris Saint-Germain-FRA).

Porém, a polêmica envolvendo Arrascaeta não é a primeira da carreira de Daniel Fonseca. Suárez tornou público seu desentendimento com o empresário, que teria deixado de pagá-lo na transferência do Groningen para o Ajax, ambas equipes holandesas. O valor da negociação foi de 800 mil euros.

O Cavani foi outro que teve problemas com o agente, na época da transferência do jogador do Danúbio-URU para o Palermo-ITA. Na ocasião, o atacante se mostrou insatisfeito com o trabalho de Daniel e optou por romper relações com o empresário.

Gonzalo Latorre, atacante envolvido na controversa transferência de Arrascaeta do Defensor para o Cruzeiro, foi outro que demonstrou descontentamento com a atuação de Daniel Fonseca. Em entrevista ao Globoesporte.com, em 2017, Latorre disse estar ‘angustiado’ e ‘desiludido’ com o empresário, com quem trabalhava desde os oito anos de idade e que teria ‘desaparecido’.

Outros atletas, como Nicolas Lodeiro, “Tata” Gonzalez, Diego Rolan, Mathias Cardacio, Sebastián Viera, “Toro” Rodriguez e Thiago Cardozo seguiram o mesmo caminho, ou seja, trocaram de representantes.
Daniel Fonseca (centro) defendeu a Seleção Uruguaia e disputou a Copa do Mundo de 1990 e a Copa América de 1995 - Foto: NG HAN GUAN/AFP
Carreira de Daniel Fonseca

Daniel Fonseca tem 49 anos e é ex-jogador de futebol. Atuando como atacante, vestiu a camisa de clubes tradicionais como Nacional-URU, River Plate-ARG, além de Napoli, Roma e Juventus, da Itália.

O hoje empresário defendeu também a Seleção Uruguaia e disputou a Copa do Mundo de 1990 e a Copa América de 1995. Com a camisa 9 da Celeste, fez um gol importante contra a Coreia do Sul, na última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo da Itália, em 1990, classificando a equipe para as oitavas de final.

Em 2016, foi citado no Panamá Papers — investigação feita pelo Consórcio de Jornalistas Investigativos sobre a indústria de empresas offshore, alternativa para esconder dinheiro e dificultar o rastreamento dos donos.

Os episódios não abalaram o ego do agente. “Acho que nos últimos anos, 70% ou 80% dos melhores jogadores que surgiram aqui (no Uruguai) foram representados por mim. Depois de 10 anos, eu me sinto feliz. Consegui coisas muito mais positivas do que negativas. Todos os meus colaboradores têm padrões bem definidos. Eles sabem o que fazem, são profissionais”, disse Fonseca numa entrevista ao jornal uruguaio El País, em março de 2015.

Fonseca é amado e odiado pelos clubes uruguaios. O Defensor Sporting comemorou a transação de Arrascaeta para o Cruzeiro. A relação com Nacional e Peñarol é marcada por tapas e beijos. As controvérsias do empresário causaram divisão até na seleção do Uruguai. Enquanto Luis Suárez cortava relações com Fonseca, o zagueiro Cáceres exaltava o empresário nas redes sociais. “Se sou grato e tenho orgulho de alguém, é de você, amigo fiel”, escreveu.

Alguns métodos de trabalho de Fonseca são criticados e elogiados. O agente toma decisões da Itália, onde mora. Porém, esteve em Belo Horizonte na última quinta e sexta-feira para tratar um loco da novela Arrascaeta. Na mesma entrevista de março de 2015 ao El País, citou uma das prioridades no relacionamento com os clientes. “Fazer o jogador e a família viverem bem”.
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