A contratação do técnico argentino Guillermo Barros Schelotto, ex-Boca Juniors, pelo Los Angeles Galaxy, na última quarta-feira, reforça os altos investimentos feitos pelos clubes da Major League Soccer (MLS) em treinadores e jogadores sul-americanos nos últimos anos. Atualmente, mais de 80 atletas e quatro técnicos da região têm contrato com equipes dos Estados Unidos e o número ainda deve aumentar até março, quando começa a nova temporada do MLS.
Maior campeão da MLS, dono de cinco taças, o Los Angeles Galaxy contratou Guillermo Schelotto não só pela sua familiaridade com o futebol nos EUA - como jogador, o argentino defendeu o Columbus Crew por quatro temporadas, conquistando o título nacional em 2008 -, mas principalmente por causa do seu desempenho à frente do Boca Juniors, onde conquistou dois títulos do Campeonato Argentino e chegou à decisão da Libertadores do ano passado. Além disso, no Lanús, ele ganhou a Copa Sul-Americana de 2013.
O talento sul-americano é a aposta do MLS para tentar se aproximar das grandes ligas. A estratégia do Galaxy é a mesma adotada pelo Atlanta United, campeão da MLS em 2018 sob o comando do também argentino Gerardo Martino, ex-Barcelona e seleção argentina.
O elenco do Atlanta United, inclusive, contou na campanha do título com oito atletas sul-americanos, entre eles o talentoso Josef Martínez, atacante venezuelano de 25 anos, eleito melhor jogador da liga depois de marcar 31 gols na temporada. Outro destaque da equipe é o argentino Ezequiel Barco, jogador mais caro da história do MLS, contratado por US$ 15 milhões (R$ 56,5 milhões pelo câmbio atual) do Independiente em janeiro de 2018, quando tinha apenas 18 anos e acabara de conquistar a Copa Sul-Americana em cima do Flamengo.
O Portland Timbers, atual vice-campeão, também confiou nos sul-americanos. O elenco do técnico venezuelano Giovanni Savarese tinha nove jogadores de países como Argentina, Colômbia, Peru e Paraguai na temporada passada.
Praticamente todos os principais negócios deste início da janela de transferências no mercado dos Estados Unidos apontam para atletas da América do Sul. O Chicago Fire, por exemplo, contratou o zagueiro brasileiro Marcelo, que estava no Sporting, de Portugal. O também zagueiro Bressan, ex-Grêmio, fechou com o FC Dallas.
Já o Galaxy contratou o meia brasileiro Juninho. Revelado pelo São Paulo e irmão do atacante Ricardo Goulart, que atua no Guangzhou Evergrande, da China, ele retorna a Los Angeles depois de passagem por Tijuana, do México, e Chicago Fire. O DC United centrou suas atenções na Argentina e contratou o meia Lucas Rodríguez, de 21 anos e com passagem pelas seleções de base do país.
Todos os 23 clubes que participaram da última edição da MLS têm jogadores sul-americanos no elenco. Ao mirar investimentos na região, os clubes da MLS mudaram o foco e o modelo de crescimento.
Se antes as equipes dos Estados Unidos apostavam quase que exclusivamente em estrelas em fim de carreira como o brasileiro Kaká, o inglês Beckham, o colombiano Valderrama ou o espanhol Raúl, agora o sueco Ibrahimovic (37 anos), o alemão Schweinsteiger (34) e o inglês Rooney (33) são exceções. Na última temporada, a média de idade dos jogadores contratados do exterior foi abaixo dos 25 anos pela primeira vez na história, tendência que deve continuar em 2019.
ESTADOS UNIDOS
Para elevar nível, clubes dos EUA priorizam contratações de sul-americanos
Clubes têm investido muito em técnicos e jogadores da América do Sul
postado em 06/01/2019 09:32 / atualizado em 06/01/2019 09:34
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