Foi o quarto título da equipe na Libertadores. Está classificado para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa, que começa já na quarta-feira nos Emirados Árabes Unidos. A estreia do representante sul-americano será no dia 18.
A final deveria ter sido realizada no dia 24 de novembro, em Buenos Aires, mas foi adiada por causa do ataque ao ônibus do Boca Juniors por parte de torcedores do River Plate a poucas horas do início daquele jogo. Madri foi escolhida pela Conmebol para receber o jogo decisivo.
Exatamente como havia previsto o técnico do Boca, Guillermo Schelotto, a partida foi truncada e amarrada. Muito mais pegada que o jogo de ida (2 a 2 na Bombonera). Não havia espaço. O campo "encolheu" tamanha a dedicação dos jogadores à marcação. Toda bola era dividida com carrinho, cara feia e faísca. O espetáculo ficou em segundo plano. Curiosamente, o primeiro cartão amarelo só saiu aos 27 do primeiro tempo para Ponzio.
Os inúmeros erros de passe escancaravam o nervosismo dos rivais, principalmente do River Plate. No final do primeiro tempo, o time de Marcelo Gallardo (fora do banco de reservas por suspensão) não acertou nenhum chute a gol. O Boca começou melhor escorado em um esquema com três atacantes: Benedetto, Pavón e Villa.
O time xeneize soube jogar pelas pontas. Aos 9 minutos, Olaza cruzou, Maidana tentou o corte, mas quase fez gol contra. Na sequência, Perez aproveitou o escanteio, mas chutou em cima do goleiro Armani. Vinte minutos depois, a melhor chance do jogo até então veio com Perez (de novo). Ele chutou cruzado, mas o volante Nández não alcançou para fazer o primeiro gol.
As torcidas tomaram posse do Santiago Bernabéu, com gritos, cantos e bandeiras.
O jogo deste domingo começou muito antes do apito do árbitro Andrés Cunha. No dia 24 de novembro, o ônibus do Boca Juniors foi alvo de pedradas antes de acessar o estádio Monumental. Jogadores feridos, partida adiada. Depois de dias de entrave para decidir um novo local, a Conmebol anunciou que a partida seria fora da América do Sul, causando insatisfação e reclamação dos dois times.
O jogo destravou no final do primeiro tempo quando os times aceleraram as jogadas pelos lados do campo. O jogo ficou lá e cá. Foi assim que o Boca abriu o placar aos 43. Depois que o River errou um cruzamento, o uruguaio Nández deu passe excelente em profundidade para Benedetto, que deu um corte espetacular no zagueiro Maidana e tocou na saída de Armani. Golaço. Foi o quinto gol do atacante, carrasco do Cruzeiro e Palmeiras nas fases anteriores da Libertadores e que já havia marcado na primeira partida da final.
O River Plate adiantou suas linhas para jogar no campo do Boca Juniors e tirou Ponzio, que exagerou nos erros de passe. Entrou Quintero. Mais presente no ataque, os jogadores do River reclamaram muito de uma trombada de Pratto no goleiro Andrada. Queriam pênalti, mas o árbitro nada marcou. Aos 22 minutos, os meias do River, que vinham com uma atuação discreta, mostraram sua qualidade técnica. Fernández tabelou com Palacios e rolou para Lucas Pratto empurrar para as redes. Empate do River: 1 a 1. Pratto, conhecido do torcedor brasileiro pela passagem no Atlético-MG e São Paulo, também completou seu quinto gol no torneio.
O River conquistou transformar seu sistema tático, passou a jogar nas costas dos volantes do Boca e se aproximou da vitória. O time de Gallardo também esteve mais inteiro fisicamente no final do jogo. A superioridade aumentou com a expulsão de Barrios, ainda no primeiro tempo da prorrogação. E virou vantagem numérica no início da etapa final. Quintero, que entrou no lugar de Ponzio e modificou o jogo taticamente, acertou um belo chute no ângulo. Virada do River.
Mesmo com um jogador a menos e Fernando Gago, contundido, sem condições de jogo, o Boca foi à frente e acertou um bola na trave no último minuto da prorrogação. Após a cobrança de escanteio, em que o goleiro Andrada foi ao ataque, o River definiu o placar com Martínez finalizando com o gol vazio.
RIVER PLATE 3 x 1 BOCA JUNIORS
RIVER PLATE
Armani; Montiel (Mayada), Maidana, Pinola e Casco; Pérez, Ponzio (Quintero), Palacios (Álvarez) e Fernández (Zuculini); Martínez e Pratto. Técnico: Marcelo Gallardo.
BOCA JUNIORS
Andrada; Buffarini (Tevez), Magallán, Izquierdoz e Olaza; Nández, Barrios e Pérez (Gago); Pavón, Benedetto (Ábila) e Villa (Jara). Técnico: Guillermo Schelotto.
GOLS - Benedetto, aos 43 minutos do primeiro tempo. Pratto, aos 22 do segundo tempo. Quintero, aos 3, e Martínez, aos 16 minutos do segundo tempo da prorrogação.
CARTÕES AMARELOS - Ponzio, Pérez, Fernández, Maidana e Casco.
CARTÃO VERMELHO - Barrios
ÁRBITRO - Andrés Cunha (Uruguai).
RENDA - Não divulgada.
Público - 62.282 pagantes.
LOCAL - Estádio Santiago Bernabéu, em Madri (Espanha).
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