Após garantir a classificação à final da competição, com a vitória por 2 a 1, em Porto Alegre, o próprio treinador admitiu ter cometido uma infração, mas não mostrou arrependimento. "Tomei a audácia porque achei que os jogadores precisavam e eu também. Quebrei uma regra, reconheço e assumo, mas era o que eu precisava e não me arrependo de nada. Eles tinham uma mensagem muito clara e as pessoas que trabalham comigo também."
Marcello Gallardo estava punido por ser reincidente no atraso de sua equipe em campo, mesmo fato que tirou Guillermo Schelotto do jogo com o Palmeiras, na outra semifinal que será realizada nesta quarta-feira, em São Paulo.
Os dois foram citados nos artigos 95, 106 e no inciso C do 173 do regulamento do torneio, que tratam do protocolo de entrada em campo nas partidas. O inciso C do artigo 173 estabelece que caso um time desrespeite o horário ou as indicações do delegado da partida uma vez, recebe uma advertência; caso o problema ocorra novamente, o técnico é responsabilizado e suspenso por uma partida, além de pagar uma multa de US$ 1.500 (cerca de R$ 5,4 mil), como aconteceu com os dois treinadores.
Ainda sem se pronunciar oficialmente, a Conmebol pode aplicar uma dura sanção a Gallardo. O artigo 20 da competição prevê penas econômicas (entre US$ 100 e US$ 50 mil), suspensão por até 24 jogos, proibição de acesso ao vestiários e ao banco de reservas, suspensão para exercer funções relacionadas ao futebol e até a retirada da licença de técnico.
O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, comentou o fato em coletiva após a desclassificação de sua equipe e pediu uma posição da Conmebol. "Houve uma punição ao treinador do River. Punição é punição. Não precisam ser espertos para ganhar. Vamos esperar para ver o tipo de providência que a Conmebol tomará. Se forem omissos, se aceitarem, passa a ser uma situação muito duvidosa", ressaltou.
Quem também questionou o comportamento de Gallardo foi o técnico Renato Gaúcho. Para o comandante gremista, a ação do argentino foi um desrespeito ao time brasileiro e à entidade que comanda o futebol sul-americano. "No mínimo, teriam que ter tirado o treinador do vestiário... Amanhã (esta quarta-feira), a Conmebol suspende o Gallardo por 100 dias, e o River está na final. Eu queria estar suspenso por 200 dias e na final. É uma humilhação da Conmebol, foi um desrespeito ao Grêmio", atacou.