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COPA LIBERTADORES

Técnico do River descumpre ordem, admite infração e poderá receber punição pesada

Marcello Gallardo desobedeceu a proibição de se comunicar com jogadores e foi ao vestiário da equipe durante o intervalo do jogo

Estadão Conteúdo
Marcello Gallardo estava punido por ser reincidente no atraso de sua equipe em campo - Foto: AFP / JUAN MABROMATA
Mesmo suspenso pela Conmebol para a partida de volta entre Grêmio e River Plate, válida pelas semifinais da Copa Libertadores, o técnico Marcello Gallardo descumpriu a proibição de se comunicar com seus comandados e, 'disfarçado', foi ao vestiário da equipe durante o intervalo do confronto realizado na noite desta terça-feira na arena gremista. Durante os 90 minutos, câmeras de TV também flagraram o argentino em um camarote falando com sua comissão técnica por meio de um rádio.



Após garantir a classificação à final da competição, com a vitória por 2 a 1, em Porto Alegre, o próprio treinador admitiu ter cometido uma infração, mas não mostrou arrependimento. "Tomei a audácia porque achei que os jogadores precisavam e eu também. Quebrei uma regra, reconheço e assumo, mas era o que eu precisava e não me arrependo de nada. Eles tinham uma mensagem muito clara e as pessoas que trabalham comigo também."

Marcello Gallardo estava punido por ser reincidente no atraso de sua equipe em campo, mesmo fato que tirou Guillermo Schelotto do jogo com o Palmeiras, na outra semifinal que será realizada nesta quarta-feira, em São Paulo.

Os dois foram citados nos artigos 95, 106 e no inciso C do 173 do regulamento do torneio, que tratam do protocolo de entrada em campo nas partidas. O inciso C do artigo 173 estabelece que caso um time desrespeite o horário ou as indicações do delegado da partida uma vez, recebe uma advertência; caso o problema ocorra novamente, o técnico é responsabilizado e suspenso por uma partida, além de pagar uma multa de US$ 1.500 (cerca de R$ 5,4 mil), como aconteceu com os dois treinadores.

Para tentar passar despercebido ao comparecer ao vestiário do River Plate durante o intervalo, "El Muñeco", como é conhecido desde a época de jogador, passou pela zona mista vestindo um casaco e um boné. A atitude, segundo ele, se justifica porque a punição estava tirando 'seu direito de trabalhar': "Eu acho injusto porque tiram o seu direito e liberdade para trabalhar.
Não há problema em ser multado, se a equipe sai um minuto atrasada. Só que não falo de cinco ou seis minutos, há tolerância zero e eles o suspendem e o tiram do trabalho. De qualquer forma, fomos claros sobre o que devemos fazer, é ultrajante que tirem a liberdade de trabalhar".

Ainda sem se pronunciar oficialmente, a Conmebol pode aplicar uma dura sanção a Gallardo. O artigo 20 da competição prevê penas econômicas (entre US$ 100 e US$ 50 mil), suspensão por até 24 jogos, proibição de acesso ao vestiários e ao banco de reservas, suspensão para exercer funções relacionadas ao futebol e até a retirada da licença de técnico.

Grêmio cobra a Conmebol

O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, comentou o fato em coletiva após a desclassificação de sua equipe e pediu uma posição da Conmebol. "Houve uma punição ao treinador do River. Punição é punição. Não precisam ser espertos para ganhar. Vamos esperar para ver o tipo de providência que a Conmebol tomará. Se forem omissos, se aceitarem, passa a ser uma situação muito duvidosa", ressaltou.

Quem também questionou o comportamento de Gallardo foi o técnico Renato Gaúcho. Para o comandante gremista, a ação do argentino foi um desrespeito ao time brasileiro e à entidade que comanda o futebol sul-americano. "No mínimo, teriam que ter tirado o treinador do vestiário... Amanhã (esta quarta-feira), a Conmebol suspende o Gallardo por 100 dias, e o River está na final.
Eu queria estar suspenso por 200 dias e na final. É uma humilhação da Conmebol, foi um desrespeito ao Grêmio", atacou..