O ex-dirigente é acusado de lavar 19,9 milhões de euros (R$ 72,8 milhões) da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e teria ficado com pelo menos 6,5 milhões de euros (R$ 23,8 milhões). A investigação apontou que Sandro Rosell, sua esposa Marta Pineda, o advogado Joan Besolí e outras três pessoas faziam parte de uma organização criminosa que desviava dinheiro da CBF na gestão do presidente Ricardo Teixeira.
O esquema teria lavado 19,9 milhões de euros de comissões ilegais de direitos de transmissão de 24 amistosos da seleção brasileira. Há, ainda, 5 milhões de euros (R$ 18,3 milhões) do contrato de patrocínio da entidade com a Nike.
O Ministério Público pediu 10 anos de prisão e uma multa de 55 milhões (R$ 239 milhões) a Joan Besolí. Já contra Marta Pineda, a solicitação à Justiça foi de sete anos de prisão e multa de 50 milhões de euros (R$ 218 milhões). Também são acusados o cunhado de Besolí, Pedro Andrés Ramón (8 anos de prisão); o libanês ex-sócio de Sandro Rosell, Sahe Ohanessian (7 anos na prisão); e José Colomer, também sócio do ex-presidente do Barcelona (6 anos de prisão).
Para dar a aparência de legalidade à operação fraudulenta, a acusação é de que foi formada uma rede de transferências bancárias a partir de empresas e contas de Andorra. O texto da Promotoria afirma que os acusados, "pelo menos desde 2006, formaram uma estrutura estável, reforçada por vínculos de amizade e parentesco, dedicados à lavagem de capitais em grande escala", tudo comandado por Sandro Rosell, para "permitir a realização de determinadas operações cuja finalidade era a incorporação ao trânsito legal de lucros obtidos em atividades penalmente relevantes cometidas em qualquer país do mundo".
Sandro Rosell, que está preso desde maio do ano passado, foi transferido nesta quarta-feira para o sistema prisional Brians 2, em Sant Esteve Sesrovires, uma província de Barcelona.